Política
Governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente ao Brasil joias de R$ 16,5 milhões para Michelle, diz jornal
No pacote estavam colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes; as joias foram apreendidas em outubro de 2021


O governo de Jair Bolsonaro tentou trazer ilegalmente ao Brasil joias com diamantes avaliadas em 16,5 milhões de reais, um presente do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro. A informação foi divulgada nesta sexta-feira 3 pelo jornal O Estado de S. Paulo.
As joias foram entregues à comitiva brasileira em outubro de 2021. Elas foram apreendidas no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na mochila de um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Tratavam-se, segundo o jornal, de colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes. Na alfândega do aeroporto, um agente decidiu reter as joias, uma vez que, no Brasil, é necessário declarar à Receita Federal a entrada de qualquer bem cujo valor supere mil dólares.
A publicação relatou a ocorrência de quatro tentativas do governo Bolsonaro em dois meses de reaver as joias – a última delas em 29 de dezembro, três dias antes de o ex-capitão deixar a Presidência.
De acordo com a Receita, as compras que ultrapassarem a cota de isenção devem ser declaradas. O imposto de importação a ser pago é no valor de 50% sobre o excedente.
Quando o passageiro omite o item, como foi o caso do assessor do governo, tem de pagar também uma multa adicional de 25% do valor. Ou seja, se quisesse reaver as joias, Bolsonaro teria de desembolsar cerca de 12 milhões de reais.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Zema afirma não ter ‘nenhum contato’ com Bolsonaro desde a eleição
Por CartaCapital
Eduardo Bolsonaro publica foto falsa sobre aumento da gasolina
Por CartaCapital
Receita diz que restringirá acesso de servidores após devassa contra desafetos de Bolsonaro
Por CartaCapital