Política
Cota mínima de candidaturas femininas é desrespeitada por 23 partidos
Siglas que não seguirem regra de 30% de mulheres nas chapas podem ter lista invalidada pela Justiça Eleitoral


Pelo menos 84 chapas para deputados federais ou estaduais, de 23 partidos, não estão em cumprimento da determinação legal que exige mínimo de 30% de candidaturas femininas. O levantamento é do O Globo.
Na maioria dos casos analisados, as siglas apresentam a lista de candidatos respeitando o piso de candidaturas de mulheres, mas rejeição de registros pela Justiça Eleitoral abaixou o número para baixo do percentual legal.
As rejeições das candidaturas tem diversos motivos, como falta de documentação e ausência de filiação da candidata à sigla.
Caso seja constatado pela Justiça Eleitoral que os pedidos de candidatura tenham sido intencionalmente impróprios apenas para cumprir a cota, todas as candidaturas da chapa podem ser invalidadas.
Entre os partidos com menos de 30% de mulheres estão o AGIR, PRTB, PROS e PTB.
Mesmo com a cota feminina de representação nas candidaturas, a medida se tornou ineficiente para garantir o espaço das mulheres na política formal, apesar de representaram 30% das candidatas, menos de 20% delas são eleitas.
O Brasil ainda apresenta uma das mais baixas taxas de presença de mulheres no Congresso do mundo, ocupando a 140º posição no ranking de equidade de representação da União Inter-Parlamentar, de um total de 191 países.
Entre os países americanos, o Brasil está entre os piores países em disparidade de gênero no poder legislativo.
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