Política
Aliados de Bolsonaro contrariam pesquisas e apostam em virada contra Lula no 2º turno
Cenários desenhados pelos correligionários do ex-capitão divergem daqueles apontados pelos principais institutos de pesquisa
Apesar da liderança do ex-presidente Lula (PT) na corrida eleitoral, aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) contrariam as pesquisas e apostam que o ex-capitão encosta no petista ainda no primeiro turno e reverte o quadro no segundo.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), acredita que a disputa vai se acirrar nas próximas duas semanas. “Vão chegar empatados no primeiro turno”, disse o deputado em contato com CartaCapital nesta quarta-feira 14. “[Bolsonaro] ganha com folga no segundo”.
A declaração foi dada horas depois do instituto Quaest divulgar um novo levantamento que mostra Lula com 42% das intenções de voto contra 34% de Bolsonaro. No segundo turno, o petista receberia 48%, ante 40% do ex-capitão.
Já a pesquisa Ipec desta semana coloca o ex-presidente próximo de uma vitória no primeiro turno com 46 pontos percentuais. No levantamento, Bolsonaro estacionou nos 31%. No segundo turno, o petista tem uma vantagem de 17 pontos para o adversário.
Os números não são levados em conta nas análises do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), que também duvida do favoritismo de Lula. O aliado de Bolsonaro debochou da possibilidade da eleição ser definida sem a necessidade de uma segunda etapa.
“O PT está falando de ‘onda Lula’. Marolinha nem chega a ser”, escreveu o ministro em uma rede social. “No dia da eleição, não vai ter previsão de tempo. Vai ter a maré e oceano de verdade. E quem assistir às ondas nesse dia verá Bolsonaro presidente”.
Nos últimos dias, correligionários do petista têm intensificado a campanha pelo chamado ‘voto útil’. No partido, há uma análise que também leva em conta o que os especialistas em pesquisas classificam como ‘voto envergonhado’. No caso, muitos eleitores que optam por Lula não explicitam a sua escolha para não se comprometerem com o núcleo de convivência.
Nesta quarta, Lula voltou a sinalizar que o foco prioritário é evitar o segundo turno. O novo aceno foi feito em evento com integrantes de cooperativas brasileiras em São Paulo. “Até o dia 2 de outubro, se Deus quiser”, enfatizou. “É o dia de rir ou de chorar. Eu como sou chorão, vou rir e vou chorar de alegria ao mesmo tempo, porque vocês vão ganhar as eleições no dia 2 de outubro”, disse, repetindo a data.
O deputado federal e candidato à reeleição Roberto de Lucena (Republicanos-SP), apoiador de Bolsonaro, também reforça que é improvável que o pleito se encerre já no primeiro turno. À reportagem, ele disse que o atual presidente diminuirá a diferença nos próximos dias.
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