Cultura
Os gritos do Ipiranga
Após ameaças feitas por bolsonaristas e muito bate-boca no Twitter, João Doria, sem cargo e com um discurso de “paz e harmonia”, reinaugura o Museu Paulista
Em março, pouco antes de deixar o comando da Secretaria Especial de Cultura para candidatar-se a deputado estadual por São Paulo, o ex-ator Mário Frias avisou: João Doria, que, à época, também estava prestes a deixar o Palácio dos Bandeirantes, não poderia entregar a obra do Museu do Ipiranga, em São Paulo, sem a sua permissão. Passados seis meses, lá estava Doria, afastado da política institucional, mas não das disputas simbólicas, para discursar na reinauguração do mais antigo museu da cidade.
Frias e Bolsonaro não puderam ir por serem candidatos, mas seus emissários, sim. O ministro do Turismo, Carlos Brito, o secretário Especial da Cultura, Hélio Ferraz, e a presidente do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Larissa Peixoto, participaram do evento que, tamanha a tensão gerada, foi remarcado de 7 de setembro para o dia 6.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.