Política

Lula diz que o PT ‘polariza’ sem violência e pede que apoiadores não caiam em provocações

Após o assassinato de militante petista, o ex-presidente repudiou a violência política: ‘Se alguém provocar vocês, digam que mordam o próprio rabo e não briguem’

Créditos: Reprodução
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O ex-presidente Lula (PT), pré-candidato ao Palácio do Planalto, criticou a violência política estimulada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), dias após o assassinato do petista Marcelo Arruda por um bolsonarista em Foz do Iguaçu (PR).

Lula relembrou as campanhas eleitorais que disputou e as três vezes em que perdeu: em 1989 para Fernando Collor e em 1994 e 1998 para Fernando Henrique Cardoso.

“Não tem nenhuma história, nenhum sinal de violência em todas as campanhas de que participei neste País. Mesmo quando perdi do Collor, depois da montagem do debate pela Globo em 89, não teve encrenca. Eu voltava para casa cada vez que era derrotado, lamentava e me preparava para outras disputas”, disse a apoiadores em Brasília, durante ato público “Vamos Juntos pelo DF e pelo Brasil”, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

O petista afirmou que Bolsonaro e seus apoiadores tentam emplacar a tese de que há uma polarização criminosa em curso, a fim de amedrontar a população. Lula refutou a alegação bolsonarista e reforçou a atuação do PT em pleitos anteriores.

“O PT polariza nas eleições para presidente desde 1994  e não se tem sinal de violência”, prosseguiu o líder das pesquisas eleitorais. “A sociedade brasileira começa a perceber o que está em jogo”, acrescentou, ao elencar outros atos violentos contra agendas recentes de sua campanha: a bomba caseira arremessada contra seu comício no Rio de Janeiro e o sobrevoo de um drone que lançou veneno em seus apoiadores em Uberlândia (MG).

O ex-presidente recorreu a um tom apaziguador e pediu aos eleitores que não caiam em provocações. “Se alguém provocar vocês, digam que mordam o próprio rabo e não briguem”, orientou. “Daqui para frente, quem puder participar de uma reunião com livro na mão… É a resposta que daremos a um presidente que incentiva a compra de armas.”

Lula desdenhou de uma possível preocupação de Bolsonaro pela morte de Marcelo Arruda e declarou que o ex-capitão teme o cenário indicado por pesquisas de intenção de voto.

“O presidente está preocupado. Fiquei sabendo que ele estava até tentando contato com a família da pessoa que morreu. Se o Bolsonaro quiser visitar as pessoas pelas quais ele é responsável pela morte, vai ter muita viagem, porque ele não chorou uma lágrima pelos mais de 600 mil mortos pela Covid neste País”.

O petista emendou: “Ele [Bolsonaro] não desconfia da urna eletrônica. Desconfia que o povo brasileiro não é bobo e não vai mais votar nele.”

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