Política

Fachin assina acordo para que OEA atue como observadora internacional nas eleições

Documento será assinado nesta terça-feira durante a passagem do ministro Edson Fachin pelos Estados Unidos

Fachin assina acordo para que OEA atue como observadora internacional nas eleições
Fachin assina acordo para que OEA atue como observadora internacional nas eleições
Fachin durante o discurso de posse no TSE. Foto: Abdias Pinheiro/SECOM/TSE
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O ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, assina nesta terça-feira 5 o acordo entre o tribunal e a Organização dos Estados Americanos (OEA) para autorizar o envio de uma missão de observação eleitoral internacional em outubro deste ano no Brasil.

A missão já havia sido antecipada pela corte, mas ainda não formalizada. Os detalhes do procedimento de acompanhamento do pleito brasileiro deverão ser oficializados nesta terça durante a passagem de Fachin pelos Estados Unidos.

De acordo com o TSE, além de Fachin, participarão do evento o secretário-geral da OEA, Luis Almagro; o secretário para o Fortalecimento da Democracia da OEA, Francisco Guerrero; e o embaixador Otávio Brandelli, representante permanente do Brasil junto ao organismo internacional.

Vale ressaltar que essa não é a primeira vez que a OEA atuará como observadora internacional de uma eleição brasileira. No País, a organização já atuou nas eleições de 2018 e 2020 em termos semelhantes.

Em 2022, além da OEA, o TSE já formalizou acordos com o Parlamento do Mercosul (Parlasul) e deve contar ainda com membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e das organizações Carter Center e International Foundation for Electoral Systems (Ifes). Segundo o jornal O Globo nesta terça, o tribunal ainda espera contar com a participação da Unión Interamericana de Organismos Electorales (Uniore) e da Rede Mundial de Justiça Eleitoral para o pleito deste ano.

Reportagem recente do jornal O Estado de S. Paulo mostrou que o Brasil pode receber até 100 missões de observação internacional na disputa eleitoral deste ano. O número foi obtido através de um levantamento do jornal junto ao TSE. Caso seja confirmado, esse será o recorde de observadores internacionais já registrado em uma eleição brasileira, superando 2010, quando somou 56 missões.

O aumento no número de observadores internacionais convidados pelo TSE chegou a ser objeto de conflito entre a corte e o atual governo de Jair Bolsonaro (PL). Ao saber do interesse do tribunal em convidar a União Europeia para uma missão no País, o Itamaraty sinalizou de forma negativa para a ação. As tratativas foram então interrompidas pelo tribunal.

O próprio presidente brasileiro chegou a ironizar a tentativa de Fachin que visa garantir mais transparência e confiabilidade ao sistema eleitoral. Em live, Bolsonaro questionou a eficácia da medida ao colocar em xeque, sem provas, a integridade do sistema de votação eletrônica:

“Pode botar um milhão de observadores aqui. Eles vão observar o quê? Vão ter acesso ao código-fonte? Vão estar na sala secreta para ver como é a apuração? Qual é o conhecimento deles de informática?”, perguntou Bolsonaro durante uma transmissão via redes sociais.

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