Mundo

Bolsonaro convida polêmico príncipe saudita para visita em março

O monarca governa um regime ultraconservador baseado no islamismo e é apontado como suspeito do assassinato de um jornalista

Bolsonaro convida polêmico príncipe saudita para visita em março
Bolsonaro convida polêmico príncipe saudita para visita em março
Foto: Alan Santos/PR
Apoie Siga-nos no

O presidente Jair Bolsonaro convidou o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, para visitar o Brasil em março. O monarca, com quem o chefe do Executivo diz ter “certa afinidade”, governa um regime ultraconservador baseado no islamismo e é apontado como suspeito do assassinato de um jornalista dissidente no país.

Bolsonaro já se encontrou com o saudita em outras ocasiões. Segundo o presidente, a boa relação entre eles começou em junho de 2019, durante encontro do G-20 (grupo das vinte maiores economias do mundo) no Japão. Meses depois, em outubro daquele ano, o mandatário brasileiro viajou ao Oriente Médio e descreveu um encontro com o príncipe como “muito bom e descontraído”.

No mesmo dia, Bolsonaro disse a jornalistas que “todo o mundo gostaria de passar a tarde com um príncipe, especialmente as mulheres”. “Tenho uma certa afinidade com o príncipe. Em especial depois do encontro em Osaka”, completou ele, naquela ocasião. A vinda de Mohamed ao Brasil em março foi revelada pelo blog de Natuza Nery no portal G1.

Bin Salman foi apontado por integrantes do Conselho de Direitos Humanos da ONU como suspeito de ordenar o assassinato do jornalista dissidente Jamal Khashoggi, visto pela última vez com vida em outubro de 2018. Khashoggi era colunista do Washington Post e sua morte gerou grande repercussão global. O episódio levou o príncipe a ser denunciado por crime contra a humanidade pela ONG Repórteres Sem Fronteiras.

Bolsonaro tem se aproximado de líderes considerados controversos. Na semana passada, o chefe do Executivo se encontrou com o presidente Vladimir Putin, da Rússia, e com o premiê ultradireitista da Hungria, Viktor Orbán. A viagem foi criticada por ocorrer no momento em que a comunidade internacional acompanha com preocupação a tensão crescente naquela região.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo