Política

Lula decidiu não comparecer aos atos contra Bolsonaro, diz aliado

‘Ele já está nos atos. Tem bandeiras, máscaras dele’, avalia um dirigente do PT

Lula decidiu não comparecer aos atos contra Bolsonaro, diz aliado
Lula decidiu não comparecer aos atos contra Bolsonaro, diz aliado
O ex-presidente Lula. Foto: Fabrice COFFRINI/AFP
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O ex-presidente Lula decidiu não comparecer aos atos contra Jair Bolsonaro marcados para este sábado 19. Sua presença vinha sendo avaliada por assessores, mas a maioria dos aliados mais próximos acha que não o momento de o petista se somar às manifestações de rua.

“Lula não deverá ir. Ele já está nos atos. Tem bandeiras, máscaras dele. Além disso, a ideia é não partidarizar as manifestações. Está muito cedo ainda e agora é que a esquerda retomou as ruas”, comentou um dirigente do partido.

Outro ponto levado em consideração – e que teria sido crucial para a decisão – são as aglomerações, inevitáveis no caso de Lula se dirigir à Avenida Paulista, ponto de encontro dos atos na cidade de São Paulo. “A principal preocupação é com o conflito de narrativas, além de alimentar uma falsa equiparação com a postura de Bolsonaro, como costuma fazer parte da mídia”.

Apesar disso, o aliado pondera que o próprio Lula pode mudar de ideia “em cima da hora”. A assessoria de imprensa do PT informou que não há decisão oficial.

Neste sábado, serão realizados protestos em 400 cidades de todos os estados, intitulados “Vacina no Braço, Comida no Prato e pelo Impeachment de Bolsonaro”. Nas manifestações de 29 de maio, foram contabilizadas 400 mil pessoas em 210 municípios. Organizadores da “Campanha Fora, Bolsonaro” afirmam que a mobilização de amanhã já supera a anterior, levando-se em conta o número de cidades confirmadas. Também são previstos atos no exterior.

Em São Paulo, há a previsão de que Fernando Haddad e Guilherme Boulos participem da concentração. Os dois são cotados para disputar o governo paulista e reeditam uma discussão que permeou 2020: construir uma frente ampla ou uma aliança no 2º turno.

Parte do PT acredita que o ideal seria Boulos tentar uma vaga no Senado, uma vez que Haddad ainda tem o capital eleitoral de 2018. A presidenta da sigla, Gleisi Hoffmann, negou que essa seja uma posição do PT. “Temos o maior respeito ao PSOL e ao companheiro Boulos, que tem toda legitimidade para se apresentar como candidato. Assim como o PT e o companheiro Haddad também. Mas, óbvio que construir um caminho comum das oposições em São Paulo para renovar a governação do estado também é nosso objetivo”, declarou a CartaCapital.

Mas o PSOL defende a candidatura própria e Boulos tem dialogado com diferentes setores, além de dar início, neste mês, a uma série de plenárias divididas por regiões do estado, como informou com exclusividade a CartaCapital no início de maio.

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