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Twitter acusado na justiça americana de ‘cegueira’ diante do terrorismo

A ação foi movida pela família de uma vítima de um ataque do grupo EI em 2017 em uma boate em Istambul

Foto: Olivier Douliery/AFP
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O Twitter foi acusado nesta quarta-feira (22) na Suprema Corte de Justiça dos Estados Unidos de fazer vista grossa para o grupo Estado Islâmico (EI), no momento em que os magistrados analisam se as redes sociais podem ser responsabilizadas por atos de terrorismo.

Em audiência de duas horas, os nove juízes ouviram que a “cumplicidade” do Twitter com o terrorismo, ao não impedir o conteúdo criado por grupos extremistas, deve ser considerada.

“Há uma acusação de cegueira deliberada (…) Você sabia que o EI estava usando sua plataforma”, afirmou a juíza Sonia Sotomayor ao advogado do Twitter, réu no caso.

A ação foi movida pela família de uma vítima de um ataque do grupo EI em 2017 em uma boate em Istambul.

A família alega que a decisão do Twitter de não remover ou parar de recomendar tuítes do EI constitui uma ajuda a um ato terrorista.

A audiência aconteceu um dia depois que a Suprema Corte ouviu um caso semelhante contra o YouTube. Esse caso dizia respeito a uma vítima americana dos ataques de Paris em 2015, também reivindicados pelo EI.

O Twitter, com o apoio de outras grandes empresas de tecnologia, insiste que o fato de uma plataforma ser usada por dezenas de milhões de usuários em todo o mundo não representa automaticamente uma ajuda “deliberada” a um grupo terrorista.

No centro de ambos os casos, que devem ser resolvidos até 30 de junho, está a ampla imunidade legal conferida às plataformas de tecnologia por uma lei de décadas que torna praticamente impossível processar por questões de conteúdo.

As empresas de tecnologia veem a lei americana, conhecida como Seção 230, como um texto fundamental da Internet que ajudou na revolução das redes sociais ao evitar ações judiciais contra os sites.

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