Mundo
‘Bomba-relógio’: código malicioso supostamente ligado à China preocupa os EUA
A brecha de segurança, conhecida desde maio, é mais profunda e preocupante do que se estimava, dizem especialistas ao NYT
Os Estados Unidos trabalham para identificar e eliminar um código de informática malicioso que, segundo Washington, foi instalado pela China no coração de redes que controlam uma infraestrutura crítica para o Exército americano, publicou neste sábado 29 o jornal The New York Times.
A brecha de segurança, conhecida desde maio, é mais profunda e preocupante do que se estimava, de acordo com especialistas e agentes americanos ouvidos pelo jornal. “É uma bomba-relógio”, disse uma fonte parlamentar.
Segundo o NYT, a preocupação nos círculos de segurança do governo de Joe Biden se concentra na capacidade de Pequim de ativar o software em caso de conflito armado, como uma guerra envolvendo Taiwan, por exemplo.
Embora o código malicioso não tenha sido detectado em sistemas de informática classificados, uma vez ativado ele poderia interromper as redes de eletricidade, água potável e comunicação que abastecem as bases militares americanas, dificultando a movimentação de tropas.
No fim de maio, as agências de segurança cibernética dos Estados Unidos e seus aliados acusaram “um ator cibernético” patrocinado pela China de ter se infiltrado na “infraestrutura crítica” americana, acusação negada por Pequim.
A Microsoft, por sua vez, havia indicado que o grupo por trás do ataque, Volt Typhoon, estava ativo desde meados de 2021 e teve entre seus alvos a infraestrutura crítica da ilha de Guam, que abriga uma importante base militar americana no Oceano Pacífico.
Depois de mais de um ano de trabalho, as autoridades americanas ainda desconhecem o alcance total da brecha, informou o NYT.
Uma subsidiária do Google informou no mês passado que um grupo de hackers vinculado ao Estado chinês era responsável por uma vasta campanha de espionagem dirigida a órgãos governamentais de países estrategicamente interessantes para Pequim.
A escolha dos alvos estava diretamente relacionada a “assuntos de grande prioridade para a China, principalmente na região Ásia-Pacífico, incluindo Taiwan”, disse um especialista em segurança cibernética do Google.
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