Justiça
A justificativa do X ao STF sobre as lives de perfis bloqueados pela Justiça
A rede social também disse à Corte enfrentar dificuldade na tentativa de conter usuários investigados, a exemplo do blogueiro Allan dos Santos
A defesa do X (ex-Twitter) no Brasil tentou, nesta sexta-feira 26, se justificar ao Supremo Tribunal Federal após um relatório da Polícia Federal apontar que investigados no Inquérito das Milícias Digitais teriam promovido transmissões ao vivo na plataforma mesmo com as contas suspensas por ordem judicial.
O documento da PF mencionou os perfis @RConstantino; @realpfigueiredo; @eustaquiojor e @marcosdoval, @allanldsantos e @tercalivre.
O X sustenta que, segundo as conclusões da PF, o acesso a essas contas por meio do computador estava “inequivocamente bloqueado”. No entanto, via dispositivos móveis, era possível acessá-las, ainda que de forma limitada e sem visualização de conteúdos.
Na prática, de acordo com o X, ficavam visíveis a foto de perfil, a capa e a biografia em dispositivos móveis.
Sobre as transmissões ao vivo, a rede social afirma que, aparentemente, os investigados conseguiram se aproveitar dessa falha para divulgar um link – apenas via aparelhos móveis – que direcionava os seguidores para um site externo no qual as lives ocorreriam.
“Em outras palavras: a falha técnica que permitiu o acesso às contas dos 6 (seis) usuários via interface do aplicativo móvel, embora evidentemente não intencional, foi rapidamente explorada pelos usuários investigados, que disponibilizaram em seus perfis links que redirecionavam os usuários a uma live hospedada em outra plataforma”, enfatizou a representação do X no País.
A rede social também afirmou enfrentar dificuldades na tentativa de conter usuários investigados, uma vez que eles são persistentes na busca por burlar as medidas restritivas. Como exemplo, citou o caso do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos.
“Desde o primeiro bloqueio da @tercalivre na plataforma X, Allan dos Santos criou outras 9 contas, todas subsequentemente bloqueadas pelas Operadoras do X, seja em cumprimento às novas ordens judiciais ou em razão de violações às políticas da plataforma.”
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