Diálogos Capitais

O futuro do hidrogênio verde no Brasil está em construção no Nordeste

A última mesa de debate do Summit Hidrogênio Verde, de CartaCapital, reuniu os principais gestores envolvidos nas negociações de projetos

O mediador Roberto Rockmann, ao lado direito, Alessandra Grangeiro do Complexo Portuário do Pecem, abaixo Paulo Guimarães, superintendente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia e ao seu lado esquerdo Carlos Cavalcanti, diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Suape (PE) — Foto: Reprodução
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Bahia, Pernambuco e Ceará estão no centro das negociações para a consolidação da produção e da exportação do hidrogênio verde no Brasil. Após tratar do panorama do País em relação ao cenário internacional e dos investimentos governamentais e empresariais no setor, o Summit Hidrogênio Verde, de CartaCapital, recebeu para sua última mesa representantes e gestores envolvidos nas discussões. 

O Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará, se destacou ao criar o HUB do Hidrogênio Verde, ainda em 2021, com o governo do estado e em parceria com empresas nacionais. 

Alessandra Grangeiro, gerente comercial do Complexo do Pecém, relatou que a empresa trabalha na implementação de um projeto-piloto com a EDP, chamado “laboratório vivo”, para o desenvolvimento da economia de hidrogênio verde.

O projeto contempla uma usina solar de 3MW e um módulo eletrolisador com capacidade de produção de 250 Nm3/h de H2 com garantia de origem renovável. 

“A ideia inicial do hidrogênio verde do Complexo do Pecém é destinar 100% da exportação no início para a Europa. Em maio deste ano, nós fomos a única empresa brasileira a participar do World Rider and Summit, em Rotterdam”, afirmou Grangeiro. O evento reuniu investidores globais de diversos segmentos na Holanda.

O objetivo, prossegue a gerente comercial, “é produzir experiências e conhecimentos em todos os elos da cadeia de valor do hidrogênio verde”.

Já o Polo de Camaçari, na Bahia, tem um projeto em desenvolvimento com a Unigel para sediar uma fábrica de hidrogênio verde, com a expectativa de iniciar a produção em 2023. 

O investimento previsto gira em torno de 120 milhões de dólares, a fim de gerar uma capacidade de produção de 10 mil toneladas anuais.

“Hoje, o principal foco é atender o mercado interno, seja o hidrogênio para ser consumido industrialmente em Camaçari, seja a amônia para ser consumida para produção de fertilizantes – e, ao mesmo tempo, atender o mercado externo, se assim houver demanda”, explicou Paulo Guimarães, superintendente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia. 

“Nós já estamos em discussão com outras empresas para implantação de projetos de produção de combustíveis renováveis. Essa é uma demanda que deve ser das mais rápidas”, projetou. “O mercado aéreo e o mercado marítimo estão começando a demandar etanol verde e combustível de aviação, então, esse é um foco que uma dessas empresas está conversando conosco. Nós estamos começando também a discutir a questão de fertilizantes e aço verde, porque temos projetos de mineração sendo desenvolvidos na Bahia.” 

Em Pernambuco, o Porto de Suape integra a produção de hidrogênio verde a um setor de pesquisa de desenvolvimento e qualificação por meio do cluster de inovação.

“A empresa tem todo o interesse de fazer a exportação. Essa estratégia da exportação é o segundo plano do ponto de vista daquilo que nós esperamos: que o consumo pode se dar localmente, porque nós temos cerca de 224 empresas instaladas em um complexo industrial portuário”, avaliou Carlos Cavalcanti, diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Suape.

De acordo com o diretor, “a segunda estratégia que deu o resultado mais rápido do ponto de vista da implementação foram os projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, que tem o tech-hub como uma âncora”.

Chamado de Distrito Industrial Verde, o projeto tem apoio do Instituto SENAI de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação e da CTG Brasil, para criação de uma plataforma digital que permita a comercialização de hidrogênio verde no mercado nacional com certificação de origem. A ação contou com a captação de 6,4 milhões de reais em investimentos.

Assista na íntegra: 

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