Diálogos Capitais

Mina de ouro de energia? O papel do hidrogênio verde no desenvolvimento no Brasil

Para especialistas convidados para a mesa de estreia do Summit Hidrogênio Verde de CartaCapital, a matriz pode encorajar investimentos externos e internos

O mediador Roberto Rockman, ao seu lado à direita, Barbara Rubim da ABSOLAR e Camila Gramkow da CEPAL. Abaixo, Élbia Gannoum da ABEÉolica e o professor da FEI, Gerhard Ett — Foto: Reprodução
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Quando se trata de fontes de energias renováveis e verdes, o Brasil tem enormes chances de se tornar referência mundial. Esta é a conclusão unânime dos especialistas convidados por CartaCapital para o Summit Hidrogênio Verde.

A mesa de estreia, transmitida nesta segunda-feira 28, abordou o papel ocupado pelo País em um cenário de transição energética e expansão do hidrogênio verde no mercado.

Diante das crises energéticas internacionais e da crescente preocupação em diminuir a emissão de combustíveis fósseis, o hidrogênio verde tornou-se uma alternativa bastante promissora.   

Diferente das outras formas de produção de hidrogênio, a verde é obtida sem emissão de CO2. Ou seja, vai de encontro a uma das maiores metas abordadas na COP-27, de redução de carbono. A sua produção é feita com eletricidade de fontes de energia limpas e renováveis.

Para Camila Gramkow, doutora em Economia da Mudança Climática pela Universidade de East Anglia e representante da Cepal, a energia renovável representa uma das melhores chances para a retomada do crescimento econômico do Brasil.

“Esse é um tema que não é só um tema de transição energética, não é só um tema organização, mas ele é também um tema de desenvolvimento, essa tecnologia ela pode ser dominada e o Brasil pode ser um protagonista um líder mundial”, afirma. 

Sobre as diferentes fontes de energia, e o destaque que o hidrogênio verde tem, o professor e pesquisador do Departamento de Engenharia Química do Centro Universitário da FEI, Gerhard Ett, explica que cada fonte — eólica, biogás, solar, podem ser usadas em diferentes momentos e se complementarem. 

“Do ponto de vista a longo prazo, eu não vejo conflitos. Tudo vai ter uma solução, cada um vai achar seu nicho”, explica o docente que também é presidente do conselho da Associação Brasileiro do Hidrogênio (ABH2). “É fácil equilibrar. Nós queremos que o Brasil cresça e para isso, a gente precisa de energia, não tem jeito”. 

Bárbara Rubim, vice-presidente da Absolar, destaca o protagonismo do Brasil em matéria de matrizes energéticas renováveis. Mas pondera, contudo, que a empolgação com este posto pode terminar por desacelerar os investimentos em novas fontes renováveis, como o hidrogênio verde.

“É um discurso que pode acabar freando pode acabar é desacelerando que o Brasil seja líder em novas tecnologias ou líder em novas tecnologias verdes, como é o caso do hidrogênio”, disse Rubim, que também é advogada especialista em regulação do setor elétrico.

Outra possibilidade de crescimento a partir do hidrogênio verde destacada no evento é a reindustrialização. “O Brasil tem uma grande oportunidade de reindustrialização a partir da energia”, pontua Élbia Gannoum, presidente da Abeeólica, economista e Doutora em Engenharia de Produção.

“Quanto tempo esperamos por esse crescimento, o desenvolvimento de uma cadeia produtiva, desenvolvimento de pesquisa e desenvolvimento e inovação! Está aqui ó, passando na nossa frente”, afirma. “Faz tempo que a gente não vê uma oportunidade tão grande e nós temos que agarrar essa oportunidade a qualquer custo.”

Assista a transmissão na íntegra:

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