Política

Meio Ambiente: Os próximos passos de Brasil e EUA após a visita John Kerry

Kerry e a ministra Marina Silva anunciaram a criação de um grupo de trabalho para enfrentar as mudanças climáticas

Marina Silva e John Kerrey. Reprodução/Twitter
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O enviado especial do governo dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, desembarcou em Brasília ainda no final de semana para uma agenda sobre a articulação entre os países no combate à crise climática e ao desmatamento ilegal e em defesa da transição energética.

A visita de Kerry ainda teve o objetivo de aprimorar as discussões em torno da participação norte-americana no Fundo Amazônia, iniciativa criada em 2008 para conter a destruição das florestas e bancar projetos voltados à conservação e ao uso sustentável do bioma.

No início do mês, Biden manifestou interesse em colaborar com o mecanismo, mas não detalhou os valores. A embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, afirmou que a Casa Branca e o Congresso dos Estados Unidos iriam definir, “nas próximas semanas”, o montante.

Ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), o enviado de Joe Biden anunciou, nesta terça-feira 28, a criação de um grupo de trabalho para enfrentar as mudanças climáticas no Brasil. A proposta ainda tem por finalidade a proteção dos povos indígenas, ameaçados pelo avanço do garimpo ilegal.

“Há uma compreensão dos nossos países sobre aquilo que foi manifestado pelo presidente Lula e por Biden, de que temos um grande desafio para resolver, um grave problema da humanidade, que é o problema das mudanças climáticas”, iniciou Marina. “O grande desafio é como combater as consequências, os efeitos negativos dessa mudança de clima sem que a gente venha a criar prejuízos em termos de ganhos econômicos e sociais”.

De acordo com a ministra, a força-tarefa será composta por integrantes do governo federal, que trabalharão na construção de projetos relacionados à proteção da biodiversidade brasileira e dos oceanos e à redução da emissão de gases do efeito estufa.

Na capital federal, Kerry se reuniu com lideranças políticas, como o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de membros do Ibama e do ICMBio.

Sob Bolsonaro, o Fundo Amazônia passou por um processo de paralisação e desmonte. Segundo a Controladoria-Geral da União, cerca de 3,3 bilhões de reais que deveriam ir para projetos do mecanismo ficaram congelados. A falta de compromisso do ex-capitão levou a Alemanha e a Noruega, os principais financiadores do Fundo, a anunciarem o bloqueio dos recursos.

A reativação do Fundo só aconteceu após decisão do Supremo Tribunal Federal. Ao tomar posse, em 1º de janeiro, o presidente Lula (PT) instituiu a volta dos conselhos diretores do mecanismo e, dias depois, a Noruega liberou a aplicação de cerca de 3 bilhões de reais doados pelo país.

Com o retorno de antigos financiadores, outros países, como EUA e União Europeia, manifestaram a intenção de contribuir com o fundo.

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