Sustentabilidade
Desmatamento na Amazônia aumentou 45% em 2019, apontam alertas
Dados foram atualizados por órgão do Inpe. Julho bateu recordes e teve aumento de 279% em relação ao ano passado

O desmatamento na Amazônia cresceu 45,5% em 2019, e julho deste ano foi o pior mês já registrado na série histórica de alertas emitidos para órgãos fiscalizadores, com 2.254 quilômetros quadrados como potenciais focos de crimes ambientais – uma alta de 278% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os dados são do Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real) e as avaliações foram feitas pelo Observatório do Clima. O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que vem sofrendo ataques do governo Bolsonaro, não os divulgou – eles foram liberados no portal TerraBrasilis, que pertence à instituição.
O número ainda não mede a real da situação das florestas, já que os dados são gerados pelo sistema Deter, cujo objetivo primordial é alertar o Ibama e outros órgãos de fiscalização ambiental estaduais. Logo, o sistema possui menor qualidade de imagem e não consegue ter a dimensão exata da destruição. Os números mais precisos do desmatamento na Amazônia saem anualmente a partir do relatório do Prodes (Monitoramento do Desmatamento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite), que apresenta a área total atingida por corte raso.
Os dados que movimentaram o governo Bolsonaro e motivaram a exoneração do ex-diretor do Inpe, Ricardo Galvão, mostravam que mais de 1 mil km² de floresta amazônica foram devastados só na primeira quinzena de julho deste ano, o que representou um aumento de 68% em relação a julho de 2018.
Gráfico mostra quais municípios tiveram mais alertas emitidos… (Imagem: Terra Brasilis)
… e quais os municípios com maiores índices de desmatamento, de acordo com o Deter (Imagem: Terra Brasilis)
Segundo Tasso Azevedo, coordenador do Observatório do Clima, uma paisagem na cidade de Altamira, no Pará – que lidera em relação aos municípios desmatados – teve 20 alertas emitidos entre maio e julho de 2019 para uma área de 35 km². “Cerca de 1,5 milhão de árvores cortadas em pouco mais de 90 dias”, afirmou a postagem feita por Azevedo.
Uma imagem vale mais que mil palavras pic.twitter.com/hb3cyNiCC0
— Tasso Azevedo (@tassoazevedo) August 6, 2019
No entanto, o aumento na quantidade de alertas deixa claro que há mais investidas contra a região em 2019, em um contexto em que o Ibama está esvaziado desde que de Ricardo Salles assumiu a pasta. Entre janeiro e maio de 2019, o Ibama registrou o menor número de multas de desmatamento na Amazônia dos últimos quatro anos. De janeiro a junho, houve teve queda de 70% no número de operações na floresta.
Um minuto, por favor...
Apoiar o bom jornalismo nunca foi tão importante
Obrigado por ter chegado até aqui. Nós, da CartaCapital, temos o compromisso diário de levar até os leitores um jornalismo crítico, que chama as coisas pelo nome. E sempre alicerçado em dados e fontes confiáveis. Acreditamos que este seja o melhor antídoto contra as fake news e o extremismo que ameaçam a liberdade e a democracia.
Se este combate também é importante para você, junte-se a nós! Contribua, com o quanto que puder. Ou assine e tenha acesso ao conteúdo completo de CartaCapital.
Leia também

Política
Com Bolsonaro, desmatamento aumenta e fiscalização cai na Amazônia
Por Giovanna Galvani
Parceiros
“No mínimo, é prevaricação”, diz deputado sobre desmonte da fiscalização ambiental por Ricardo Salles
Por Carta Capital
Mais Admiradas
“Não peço, eu mando”, diz Bolsonaro sobre demissão de diretor do Inpe
Por Alexandre Putti
Sociedade
“Amazônia corre o risco de se converter em uma savana degradada”
Por Rodrigo MartinsUm minuto, por favor...
Apoiar o bom jornalismo nunca foi tão importante
Obrigado por ter chegado até aqui. Nós, da CartaCapital, temos o compromisso diário de levar até os leitores um jornalismo crítico, que chama as coisas pelo nome. E sempre alicerçado em dados e fontes confiáveis. Acreditamos que este seja o melhor antídoto contra as fake news e o extremismo que ameaçam a liberdade e a democracia.
Se este combate também é importante para você, junte-se a nós! Contribua, com o quanto que puder. Ou assine e tenha acesso ao conteúdo completo de CartaCapital.