Política
Vídeo: O que diz o ministro Paulo Teixeira sobre a ocupação de fazendas pelo MST na Bahia
Nesta quarta, a Justiça determinou a reintegração de uma das áreas ocupadas pelo movimento
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, defendeu o diálogo para resolver a disputa entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e a Suzano. Desde a última terça-feira 27, integrantes do MST ocupam quatro latifúndios da empresa nas cidades de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas, na Bahia.
Teixeira disse nesta quinta-feira 2 ter recebido em seu gabinete o vice-presidente de Relações Corporativas da Suzano, Luís Bueno, e ouvido um pedido pela mediação de conversas com o movimento. O ministro afirmou, então, ter telefonado para a direção do MST, pedindo que os militantes se retirassem das fazendas.
Segundo o MST, as propriedades não cumprem função social e devem ser desapropriadas para reforma agrária. Além disso, diz a direção, a empresa teria descumprido um acordo firmado em 2011.
“O MST vai me dar a resposta hoje à tarde e havendo a desocupação da fazenda vamos ter uma reunião na próxima quarta-feira, com a presença do MST, da Suzano e do MDA”, declarou o ministro. “Se é um acordo descumprido há dez anos, vamos recuperar que acordo é esse, para retomá-lo e cumpri-lo, para resolver isso de maneira tranquila.”
Paulo Teixeira sustentou que a Suzano “não tem mais a memória desse acordo” e que o MST “trará, do ponto de vista dele, o que foi o acordo”. Questionado sobre a possibilidade de a volta do presidente Lula (PT) ao poder estimular novas ocupações, o ministro disse o caso atual será resolvido “de maneira tranquila”.
“A cada dia sua agonia”, respondeu. “Vamos resolver esse primeiro fato e construir um diálogo, para que tenha um programa de reforma agrária no Brasil e ele aconteça de maneira tranquila, sem que haja conflito.”
Também nesta quarta, o juiz Renan Souza Moreira, do Tribunal de Justiça da Bahia, determinou a reintegração de uma das fazendas ocupadas pelo MST. O despacho ordena a aplicação de uma multa diária de 5 mil reais caso outras áreas da companhia sejam ocupadas.
Em nota, o MST afirmou que “a luta é pela construção de um País mais justo e soberano” e que “acredita que através da Reforma Agrária Popular será possível melhorar a qualidade de vida das pessoas, produzir alimentos saudáveis, proteger a natureza e combater os flagelos sociais, em especial, combater a fome e a miséria”.
A Suzano, por sua vez, classificou a ação do MST como “uma invasão ilegal” e disse que deve estender o pedido à Justiça para desocupar as outras áreas alvos de protesto do movimento.
“Cabe reforçar que a empresa cumpre integralmente as legislações ambientais e trabalhistas aplicáveis às áreas em que mantém atividades, tendo como premissas em suas operações o desenvolvimento sustentável e a geração de valor e renda, reforçando assim seu compromisso com as comunidades locais e com o meio ambiente”, diz a nota.
Já o Ministério do Desenvolvimento Agrário reforçou, em comunicado oficial, as declarações de Teixeira e se colocou “à disposição para mediar o conflito entre as partes e contribuir para a retomada do diálogo, paralisado desde 2017”.
Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA)
Assista às declarações de Paulo Teixeira:
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