Sociedade
Quadrilha toma as ruas de Cametá, no Pará, em assalto a banco
Ação tem características semelhantes às praticadas em Criciúma, no sul de Santa Catarina, na madrugada da terça-feira
Uma quadrilha tomou as ruas da cidade de Cametá, no Pará, a 235 km de Belém, na madrugada desta quarta-feira 2 para efetuar um assalto em uma agência bancária local. A ação deixou uma pessoa morta, segundo o prefeito da cidade, Waldoli Valente (PSC).
Os assaltantes usaram armas de alto calibre e explosivos, além de fazer reféns.
Outro dos vídeos que está circulando na internet sobre o assalto a banco em Cametá. pic.twitter.com/5SR7Nbe0LN
— De Lucca 🏳️🌈 (@delucca) December 2, 2020
A quadrilha deixou a cidade por volta de 1h30. Segundo a Polícia Militar, na fuga, o grupo usou carros e barcos – a cidade fica às margens do Rio Tocantins. Ainda não se sabe o que foi levado.
A ação realizada nesta madrugada tem características semelhantes à praticada em Criciúma, no sul de Santa Catarina, na madrugada da terça-feira 1.
O governador do estado, Helder Barbalho (MDB), utilizou as redes sociais por volta da 1h19 para afirmar que já estaria em contato com a cúpula de segurança pública do estado para resolver a situação.
Não mediremos esforços para que o quanto antes seja retomada a tranquilidade e os criminosos sejam presos. Minha total solidariedade ao povo cametaense.
— Helder Barbalho (@helderbarbalho) December 2, 2020
Criciúma
A cidade no Norte de Santa Catarina também passou por uma madrugada de violência na terça-feira. Uma quadrilha fortemente armada invadiu a tesouraria regional do Banco do Brasil da cidade, provocou incêndios, bloqueou ruas, usou reféns como escudos e atirou várias vezes.
Duas pessoas ficaram feridas: um policial militar e um vigilante.
Segundo informou a Polícia Civil, cerca de 30 pessoas encapuzadas participaram da ação simultânea. Nenhum dos suspeitos foi preso até o momento.
O ataque durou mais de uma hora e a Prefeitura pediu ajuda a batalhões de municípios vizinhos e também para cidades do Rio Grande do Sul.
Violência é mais um caso de terrorismo urbano, avalia professor
O episódio em Criciúma é parte de um fenômeno que o professor Rafael Alcadipani, professor da FGV e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública tem chamado de terrorismo urbano. “São quadrilhas especializadas. O PCC aluga as armas.”
O alvo preferencial desses roubos cinematográficos são as médias cidades. Houve crimes do tipo em Botucatu, Ourinhos e Araraquara, no interior de São Paulo, e também nas regiões Norte e Nordeste.
Para Alcadipani, o caso escancara um grave problema de segurança pública: a falta articulação entre as polícias. O corporativismo e a desconfiança mútua, somada e a falta de liderança do governo, dificultam ações conjuntas e troca de informações.
“O Brasil corre o risco de ter conflitos semelhantes aos da Colômbia no passado e do México atualmente. O crime organizado não está sob controle no Brasil. E só vamos controlá-lo quando houver integração.”
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