Polícia investiga caso de homofobia registrado em padaria do Centro de São Paulo

A Polícia Civil identificou a mulher acusada de agredir um casal gay, em uma padaria da região central de São Paulo, no sábado 3.

Jaqueline Santos Ludovico será intimada a depor sobre o caso, bem como os policiais militares que atenderam a ocorrência, segundo informou a Secretaria de Segurança Pública, em nota.

O casal, vítima das agressões, divulgou os vídeos em suas redes sociais. Neles, a mulher aparece xingando a dupla no interior de uma padaria no bairro da Santa Cecília.

Segundo relato, o casal voltava de uma festa quando parou no estabelecimento para comer. Eles afirmam que as ofensas homofóbicas começaram ainda no estacionamento no local e continuaram no interior da padaria, evoluindo para agressões físicas.

Nas gravações, é possível ver a mulher tentar agredir o casal e direcionar xingamentos à dupla.”Eles são viados e acham que podem fazer o que eles querem, até ir onde a gente está. Os valores estão sendo invertidos. Eu sou de família tradicional e tenho educação, diferente dessa p* aí”, diz, em um trecho da gravação. Na sequência, é possível ver a mulher dizendo a uma das vítimas, ‘você nasceu homem, então não fica pagando que você não é, seu lixo’.

A todo o momento, a mulher é contida por pessoas que estavam no estabelecimento, mas tenta agredir a dupla. Ela também chegou a ser hostilizada pelos presentes que diziam para ela se retirar do local.

No boletim de ocorrência, as vítimas narraram que ao tentarem estacionar na padaria havia três pessoas paradas em uma das vagas, duas mulheres e um homem. Um homem e uma mulher teriam saído com a chegada do automóvel, mas uma delas teria ficado de braços cruzados até ser retirada pelo homem conhecido.

Em seguida, de acordo com o relato das vítimas, a mulher teria retornado e empurrado o retrovisor do veículo do motorista, além de ter gritado com ele. Ela também teria atirado um cone de trânsito contra o casal, antes de entrar na padaria e dar sequência às ofensas.

A Polícia Militar foi acionada e ouviu os envolvidos ainda no local. O boletim de ocorrência na PM foi feito como “desinteligência”, por conta da confusão.

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Desdobramento

Após o caso, a deputada federal Erika Hilton (PSOL) e a ativista dos direitos humanos Amanda Paschoal entraram com uma representação no Grupo Especial de Combate ao Racismo e à Intolerância do Ministério Público de São Paulo, requerendo que o órgão assuma as investigações sobre o caso de violência homofóbica cometido por Jaqueline Santos Ludovico.

O pedido também pede investigação sobre uma possível conivência do estabelecimento comercial, assim como a negligência da Polícia Militar do estado de São Paulo, que só se dirigiu ao local após 4 acionamentos por telefone e, ao chegar ao local, não encaminhou a agressora à delegacia, mesmo em flagrante.