Política

PF prende miliciano alvo de criminosos que executaram médicos no Rio

A semelhança física entre Taillon Barbosa e o ortopedista Perseu Ribeiro de Almeida logo se tornou a principal linha de investigação

Taillon Barbosa durante abordagem da PF na Barra da Tijuca. Foto: Reprodução
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A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira 31 o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa e o pai dele, Dalmir Barbosa, na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.

Taillon seria o alvo de bandidos que executaram por engano três médicos na orla da Barra, em 5 de outubro. Outros três homens, responsáveis pela segurança do miliciano, também foram presos nesta terça.

O miliciano já havia sido preso em dezembro de 2020, em uma operação comandada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público fluminense. Em março deste ano, ele progrediu para prisão domiciliar e em setembro obteve liberdade condicional.

Em 8 de dezembro de 2020, agentes do Gaeco deflagraram a Operação Sturm, a fim de cumprir nove mandados de prisão e 14 de busca e apreensão contra milicianos que atuavam na região de Rio das Pedras e Muzema.

O líder do grupo criminoso era exatamente Taillon, filho de Dalmir Pereira Barbosa, uma das principais lideranças da organização e denunciado anteriormente na Operação Intocáveis II.

Dalmir Barbosa foi citado na CPI das Milícias, em 2008, e expulso da polícia naquele ano. Ele já estava preso no dia da Operação Sturm – foi justamente devido à sua prisão que Taillon assumiu o comando do grupo.

Em junho de 2022, Taillon foi condenado a oito anos e quatro meses de prisão. “Há o registro de uma série de recentes ‘disque-denúncias’ que indicam que Taillon apresenta comportamento extremamente violento e exerce proeminente função de comando na organização criminosa”, diz um trecho da sentença.

Conforme a decisão que concedeu liberdade condicional ao miliciano, no mês passado, ele teria de comparecer ao juízo a cada três meses e deveria voltar para casa no máximo às 23h, sem autorização para sair durante a madrugada.

A Operação Intocáveis, da qual o pai de Taillon foi um dos alvos, mirou principalmente o ex-policial militar Adriano da Nóbrega, que morreu em confronto com policiais na Bahia, no início de 2020.

O assassinato dos três médicos no Rio ocorreu no Quiosque da Naná, na Avenida Lúcio Costa, na Praia da Barra da Tijuca. Trata-se da mesma avenida onde Taillon tem um imóvel, a menos de um quilômetro do quiosque.

Diante desse cenário, a semelhança física entre o ortopedista Perseu Ribeiro de Almeida e Taillon logo se tornou a principal linha de investigação. Em 6 de outubro, o secretário da Polícia Civil do Rio, Renato Torres, afirmou não haver dúvida de que o assassinato ocorreu por engano.

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