Agentes da Polícia Federal, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e da Fundação Nacional do Índio deflagraram nesta quinta-feira 11 uma operação para retirar grileiros e madeireiros da Terra Indígena Karipuna, em Porto Velho (RO).
O desmatamento no território Karipuna está associado ao comércio ilegal de madeira nobre que utiliza serrarias legalizadas nos distritos vizinhos à terra indígena, onde ocorre o processo de “esquentar” a madeira roubada, segundo as investigações.
De acordo com a PF, os criminosos utilizam créditos falsos de madeira para “legalizar” o produto roubado na terra indígena, permitindo a circulação do produto para fora da região, no mercado nacional e internacional.
O repasse do material seria feito por meio de emissões e transferências simuladas de créditos virtuais do Sistema de Documento de Origem Florestal e com a utilização de laranjas e planos de manejo fraudulentos.
Cerca de oitenta agentes participam da operação, cujo objetivo é identificar pessoas envolvidas no esquema, inutilizar os equipamentos ilegais encontrados e conduzir os responsáveis à sede da PF para prestar esclarecimentos.
O território onde vive a etnia Karipuna está localizado no entorno da BR-319, conhecida nacionalmente como Rodovia Manaus–Porto Velho. Em 2022, a TI se tornou a quarta maior área indígena desmatada em toda a Amazônia, segundo relatório do Observatório da BR-319, organização da sociedade civil que se propõe a desenvolver pesquisas sobre a área de influência da rodovia.
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