PF divulga montagens com possíveis disfarces usados por fugitivos de Mossoró

A Polícia Federal divulgou nesta segunda-feira 11, imagem com simulações dos possíveis disfarces dos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN). 

A força-tarefa completa 27 dias de buscas por Deibson Nascimento e Rogério Mendonça. A dupla escapou da prisão em 14 de fevereiro.

Papiloscopistas do setor de Representação Facial Humana do Instituto Nacional de Criminalística (INI) da PF, em Brasília, fizeram projeções de crescimento de cabelo e barba, bem como do uso de disfarces.

Os investigadores trabalham com novas opções de visuais possivelmente usados pelos fugitivos para não chamar atenção de moradores da região. 

Com as imagens, a PF espera que a população ajude na obtenção de informações sobre os fugitivos. Há ainda uma recompensa de até 30 mil reais para quem fornecer detalhes sobre o paradeiro dos criminosos.

Fuga histórica

As fugas de Rogério Mendonça e Deibson Nascimento foram as primeiras registradas em presídios de segurança máxima.

Inaugurado em 2009, o presídio federal de Mossoró é o único do Nordeste e uma das cinco unidades prisionais federais do país, que abriga mais de 200 detentos.

A dupla teria utilizado estruturas de ferro retiradas das próprias celas para abrir um buraco em uma luminária.

Segundo as investigações, ambos são ligados à facção criminosa Comando Vermelho e agora estão recebendo dinheiro de integrantes da facção. 

Na madrugada do último domingo 3, os dois presos invadiram um galpão e agrediram um agricultor que dormia no local. A agressão teria acontecido após o homem dizer que não tinha um celular.

As buscas continuaram concentradas na zona rural de Baraúna (RN), onde os fugitivos foram vistos na última semana, e na divisa com o Ceará.

Na última sexta-feira 8, a PF prendeu um suspeito de ajudar os fugitivos. No total, seis pessoas foram detidas desde o início das buscas. A polícia também investiga um casal suspeito de comprar roupas para os foragidos. 

Os investigadores confiam desde o início da fuga que os foragidos permanecem pela região, por conta das pistas da invasão a casas e o esconderijo encontrado onde os fugitivos teriam passado mais de uma semana.

A apuração sustenta que os fugitivos tinham planos de chegar ao Rio de Janeiro, estado onde estão as principais lideranças do Comando Vermelho, após ligações dos criminosos ao estado, enquanto fazia uma família refém. 

As primeiras pistas da dupla foram as roupas e pegadas encontradas por equipes da força-tarefa dois dias depois da fuga. Uma camiseta de uniforme de presídio foi encontrada em região de mata.

Uma semana após a fuga, três servidores da unidade foram afastados pela corregedoria da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). Outras medidas para reforço de segurança foram anunciadas pelo ministro da Justiça Ricardo Lewandowski. 

A operação conta com helicópteros, drones, cães farejadores e outros equipamentos tecnológicos sofisticados, além de mais de 600 homens das forças de segurança da Força Nacional, estadual e federal – incluindo equipes de elite da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.