Sociedade

Parentes e amigos de Dom Philipps fazem ato no Rio de Janeiro

O jornalista britânico e indigenista Bruno Pereira estão desaparecidos desde domingo passado, dia 5, quando faziam o trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, no Vale do Javari, na Amazônia

Manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro, pede urgência nas buscas por Dom Phillips e Bruno Pereira Imagem: Foto: Reprodução/GloboNews
Apoie Siga-nos no

“Vinha com ele caminhar na praia”, recorda Mateus Duarte, sobrinho de Dom Phillips, durante um ato no Rio de Janeiro, neste domingo 12 em apoio ao jornalista britânico que desapareceu há uma semana na Amazônia junto ao indigenista Bruno Pereira.

Dezenas de pessoas, principalmente parentes e amigos, se reuniram na praia de Copacabana, onde o repórter praticava stand-up paddle todas as manhãs antes de se mudar para Salvador no ano passado com sua esposa, a brasileira Alessandra.

Uma semana após seu desaparecimento em uma área remota da Amazônia, com forte presença de narcotraficantes e madeireiros ilegais e pescadores, poucos mantêm a esperança de encontrá-los vivos.

“No início nós tínhamos uma esperança louca. Pensei que tivessem percebido alguma coisa e de alguma forma ficaram na floresta. Agora já não”, disse Maria Lucia Farias, de 78 anos, sogra do colaborador do jornal britânico The Guardian.

Phillips, de 57 anos, autor de dezenas de reportagens sobre a Amazônia, estava viajando pelo Vale do Javari para preparar um livro sobre proteção ambiental e Pereira, de 41 anos e ativista dos direitos indígenas, o acompanhava como guia.

Desapareceram no domingo passado quando seguiam de barco para a cidade de Atalaia do Norte. Até agora, sua busca resultou em apenas um detento, sem que tenha sido determinado até o momento seu envolvimento no caso.

“Temos que saber o que aconteceu. Tem que ser encontrados. Queremos uma resposta para a sociedade, para a família”, disse Fabiana Castilho, amiga de Dom, que vestia uma camiseta com a foto dos dois.

Outros pediram que seu desaparecimento não fosse em vão.

“Que seja uma alerta” sobre a destruição ambiental da Amazônia, disse Zeca Azevedo, cunhado de Phillips. “Temos que honrar o trabalho” de Dom e Bruno, acrescentou o pai de Mateus.

Junto com seu irmão, esse menino de 13 anos, no entanto, agarrou-se à ideia de voltar a passear com o tio por Copacabana: “Tenho esperança”.

Helenice Bueno não conhecia nenhum dos dois. Mas participou do ato “para salvar a pátria, o meu país. Estão acabando com a Amazônia e nosso presidente só sabe andar de moto e jet ski”.

“Vão fazer muita falta para nós”, disse essa mulher de 79 anos, com lágrimas nos olhos.

Em outras cidades brasileiras como a capital, Brasília, e Belém também foram organizadas manifestações neste domingo.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo