Mais de 100 mil mulheres marcharam, na manhã desta quarta-feira 14, em direção à Praça dos Três Poderes de Brasília em conjunto com a Marcha das Margaridas, considerada a maior organização de mulheres da América Latina. Composta majoritariamente por trabalhadoras do campo e da floresta, houve também a integração com mulheres indígenas – que também marcharam nesta semana, chegando a ocupar, inclusive, um prédio do Ministério da Saúde.
As manifestantes saíram do Pavilhão do Parque da Cidade por volta das 7h. Imagens publicadas nas redes sociais mostram grande adesão ao ato que, de acordo com a organização da Marcha, atrai camponesas de todas as regiões do Brasil.
Entre as principais pautas que unem as trabalhadoras rurais, a coordenadora nacional da Marcha, Maria José Morais, destaca uma “luta de classes” pela manutenção de direitos, como a aposentadoria.
Um MAR de Margaridas em Brasília. São mais de 100 mil na maior marcha de mulheres da América Latina.Fotos: Mídia NINJA#MarchaDasMargaridas #Mulheres #Feminismo #Campo #MulheresCampesinas
Posted by Mídia Ninja on Wednesday, August 14, 2019
A marcha chegou ao congresso, dando início ao encerramento da manifestação #marchadasmargaridas2019#MargaridasEmMarcha #mulheresrurais pic.twitter.com/58Py115Mf7
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Apesar da Marcha acontecer nesta quarta-feira 14, as atividades programadas pela coordenação do movimento se iniciaram na terça-feira 13. Uma sessão solene na Câmara dos Deputados foi realizada para homenagear as trabalhadoras rurais.
Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), uma das autoras do requerimento para a sessão solene, a Marcha das Margaridas faz parte da história da luta das mulheres do campo. “É a reprodução por milhares de mulheres do que foi a vida e a luta de Margarida Alves, que dizia: ‘é melhor morrer na luta do que morrer de fome’. Ela enfrentou o latifúndio e organizou os trabalhadores e trabalhadoras na sua região”, disse a parlamentar.
Por acontecer a cada quatro anos, a Marcha pode escapar do calendário tradicional de atos – como o 8 de março, outra data importante para o movimento das mulheres -, mas contará com o suporte e a presença de indígenas, quilombolas e mulheres urbanas. O nome do movimento é uma homenagem a Maria Margarida Alves, sindicalista e trabalhadora rural assassinada em 1983 por enfrentar barões do açúcar em Alagoas.
*Com Agência Brasil
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