O líder dos entregadores antifascistas, Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido também ‘Galo de Luta’, foi preso nesta quarta-feira 28 em São Paulo, no 11º Distrito Policial de Santo Amaro, em São Paulo, apontado como um dos autores do incêndio da estátua de Borba Gato no último sábado. A esposa do entregador, Géssica, também foi detida.
Segundo o advogado de Galo, Jacob Filho, o entregador foi até o local voluntariamente prestar depoimento já sabendo que havia um mandado de prisão temporária em seu nome.
“Ele está preso neste momento prestando declarações. Ele veio se entregar espontaneamente já sabendo do mandado de prisão”, esclarece o advogado.
Em nota publicada nas redes sociais, o entregador informa que, além do pedido de prisão, um mandado de busca e apreensão na sua residência foi expedido nesta quarta.
A prisão, na visão da defesa de Galo, é ‘arbitrária’ e ‘injustificada’.
“Foi um crime que não deixou vítimas e não tem razão alguma para você prender. E vou um pouco mais além, perceba que o Danilo veio aqui, ele estava junto com Paulo no ato e não está preso. Qual a razão jurídica disso?”, questiona.
O Danilo, citado pela defesa, é Danilo da Silva Oliveira, conhecido como Biu, que também assumiu a autoria do ato. Antes de entrar prestar esclarecimentos, o jovem afirmou que a ação visa retomar o debate de quem foi de fato Borba Gato.
“Isso é para que a gente possa ver quem foi o torturador, estuprador e genocida que foi Borba Gato”, afirmou.
Galo justificou a ação com o mesmo argumento. “Agora, as pessoas decidem se elas querem uma estátua de 13 metros de altura de um genocida e abusador de mulheres”, destacou antes de se entregar à Polícia.
"Para aqueles que dizem que a gente precisa ir por meios democráticos, o objetivo do ato foi abrir o debate. Agora, as pessoas decidem se elas querem uma estátua de 13 metros de altura de um genocida e abusador de mulheres", comentou Paulo na ocasião. ⤵️
— Galo (@galodeluta) July 28, 2021
Prisão de Géssica vai contra determinação do STF
Géssica, esposa de Paulo ‘Galo’, foi até a delegacia apenas acompanhar o marido durante o depoimento e foi surpreendida com o pedido de prisão temporária. Segundo a defesa, porém, a jovem sequer esteve no ato do último dia 24.
Conforme informou o advogado, a prisão vai contra o que determina o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Géssica é mãe de uma criança de 3 anos. A prisão dela contraria, por razões mais do que óbvias, o entendimento do Supremo Tribunal Federal, que diz que mães não devem ser presas em situações dessa natureza vilipendiando o seio familiar. É uma arbitrariedade”, destaca Jacob Filho.
Por fim, a defesa destacou que ainda aguarda o fim dos esclarecimentos de Galo no Distrito para fornecer novas informações. Mas caracterizou o episódio como uma representação da ‘alma de um estado autoritário, violento, policialesco e circense’.
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