Sociedade

Famílias brasileiras estão mais otimistas com os rumos da economia do que em 2022, diz Febraban

Por conta disso, um número maior de pessoas acha que o país vai melhorar até o final do ano

Famílias brasileiras estão mais otimistas com os rumos da economia do que em 2022, diz Febraban
Famílias brasileiras estão mais otimistas com os rumos da economia do que em 2022, diz Febraban
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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O aumento menor nos preços têm feito com que as famílias brasileiras se sintam mais otimistas em relação aos rumos da economia do país. É o que mostra a pesquisa “Radar Febraban”, realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), e divulgada nesta quinta-feira 6 pela Federação Brasileira de Bancos, a Febraban. Por conta da melhora das condições econômicas, cresceu a percepção da população brasileira de que o país, atualmente, está melhor do que estava em 2022.

A pesquisa apontou que 41% dos entrevistados sentem que o país está melhor do que no ano passado. O índice representa um crescimento de 4 pontos percentuais em relação à última edição da pesquisa, lançada em abril (àquela altura, o índice foi de 37%). Sobre essa percepção, houve queda de 1% entre os que dizem que o país está pior (25% em abril, 24% agora). Para 33% dos entrevistados, o país está igual (queda de 3% em relação à pesquisa anterior).

Por conta disso, um número maior de pessoas acha que o país vai melhorar até o final do ano. A expectativa positiva foi mencionada por 53% dos entrevistados (contra 51% da pesquisa anterior). Diminuiu em 4% (de 28% para 24%) os que acham que o país vai ficar pior.

Entre as diferentes parcelas da população, são os jovens que se mostram mais otimistas sobre o futuro. Na faixa etária que vai de 18 a 24 anos, a percepção de que o país vai melhorar se manifestou em 56% dos entrevistados.

Embora a economia de um país seja um mecanismo complexo e envolva uma longa lista de fatores – balança comercial, produção industrial, cenários macro e micro, entre muitos outros -, não é incomum que, para grande parte da população, a forma mais direta de perceber se a economia anda bem ou mal é através dos preços dos produtos. O acesso ao consumo é um fator básico na vida das pessoas. Nesse sentido, a pesquisa divulgada hoje constatou que houve uma diminuição na percepção de aumento de preços.

Essa queda na percepção tem a ver com mudanças objetivas: de fato, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) para o mês de junho, divulgado na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em 0,04%. No trimestre, o acúmulo é de 1,12%, o que é menor que os 3,04% registrados no mesmo período do ano passado.

Diante desse cenário, a pesquisa da Febraban mostrou que houve uma diminuição de oito pontos percentuais (de 67% para 59%) entre as pessoas que acreditam que houve aumento nos preços. Quase um quinto (18%) dos entrevistados relatou que percebeu uma diminuição nos preços.

Os 59% captados pela pesquisa mostram, porém, que a parcela da população que sente que os preços ainda estão aumentando forma a maioria. Percepção, mais uma vez, baseada em fatores objetivos, uma vez que, apesar da queda no IPCA, a inflação ainda deverá, segundo projeções, ficar acima do teto da meta definida pelo Banco Central (BC). O cenário poderá ser impactado daqui para o final do ano, a cada nova medida econômica do governo, por exemplo. 

A percepção sobre o bom ou mau andamento da economia, como dito, costuma estar ligada à realidade dos preços. Isso não impede que outros fatores entrem na conta, como desemprego e acesso ao crédito. A pesquisa da Febraban buscou captar o peso dessas variáveis mencionadas na percepção das famílias brasileiras sobre a economia.

Para 39% dos entrevistados, o desemprego no país deve diminuir. Para outros 34%, porém, deve aumentar. No final do mês passado, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, vinculada ao IBGE, mostrou que a taxa de desocupação no Brasil, no trimestre de março a maio deste ano, ficou em 8,3%. A queda é de 1,5% em relação ao mesmo período de 2022. A taxa divulgada, aliás, foi a menor para um trimestre, desde maio de 2015.

Os brasileiros estão mais otimistas em relação ao crédito. Para 41% dos entrevistados, o acesso ao crédito irá aumentar (um aumento de 3% em relação à pesquisa anterior). Houve queda de 4% entre os que acham que o acesso ao crédito vai diminuir (de 26% para 22%).

O Radar Febraban foi realizado com 2 mil entrevistados de todas as regiões do país, entre 22 e 29 de junho de 2023. A margem de erro para a amostra nacional é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O intervalo de confiança da pesquisa é de 95,5%.

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