FAB cria ‘corredor aéreo’ para a saída de garimpeiros da Terra Yanomami

A medida, inaugurada nesta segunda 6, valerá até a 1h de 13 de fevereiro

Foto: Michael Dantas/ AFP

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A Força Aérea Brasileira iniciou nesta segunda-feira 6 a criação de três corredores aéreos para a saída voluntária de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami. A medida valerá até a 1h da próxima segunda 13.

Segundo as novas diretrizes da Aeronáutica, “as aeronaves que decolarem de localidades distantes desses corredores devem voar perpendicularmente até ingresso em um deles, para após prosseguirem em seu voo”. Os corredores são de seis milhas náuticas de largura, o que equivale a cerca de 11 quilômetros.

A FAB inaugurou em 1º de fevereiro a operação de controle do espaço aéreo sobre o território yanomami, em Roraima, com o objetivo de combater o garimpo ilegal. O lançamento da Zona de Identificação de Defesa Aérea, ou Zida, ocorreu a partir de um decreto assinado pelo presidente Lula (PT).

Nesta segunda, defensores da garimpagem pediram ajuda ao governo federal para que dezenas de milhares de garimpeiros deixem a Terra Yanomami. “A lei tem que ser cumprida. Não vamos discutir isso, mas precisamos que o governo federal ajude os trabalhadores em algumas questões”, declarou à Agência Brasil o coordenador de articulação política do Movimento Garimpo é Legal, Jailson Mesquita.

Ele alega que garimpeiros que estão em áreas remotas já não conseguem encontrar transporte para retornar aos centros urbanos. Eles pedem que a gestão Lula libere o acesso de aviões e de lanchas particulares ao interior da Terra Indígena ou ofereça transporte aéreo ou fluvial para quem quiser deixar a área imediatamente.

Também nesta segunda, agentes da Polícia Federal foram à Terra Yanomami em diligências para apurar a morte de três indígenas por garimpeiros ilegais.


A informação sobre as mortes foi divulgada por Júnior Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’Kuana, uma das principais lideranças da região de Surucucu, no extremo oeste do estado e próxima à fronteira com a Venezuela.

Segundo o relato, os três foram atingidos por disparos de arma de fogo. Um deles foi morto na região do Homoxi e os outros dois na região de Parima. As duas áreas têm forte presença de garimpeiros.

Afetados pelo garimpo ilegal em suas terras há anos, os indígenas yanomamis têm sofrido com casos de desnutrição, doenças como malária e pneumonia, e violência, incluindo episódios de agressões e assassinatos. A situação se agravou nos últimos quatro anos.

No último domingo 5, foi registrada a morte de mais uma criança indígena, vítima de desnutrição grave e desidratação.

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