Política

Dois homens são mortos pela PM no Guarujá em retomada da Operação Escudo

Operação similar, ocorrida em julho de 2023, deixou 29 mortos e foi alvo de denúncia de tortura e execuções

Operação Escudo - Mastrangelo Reino/Governo de SP
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Dois homens morreram em supostos confrontos com policiais militares no Guarujá, litoral sul de São Paulo, na madrugada deste domingo 28, em meio a retomada da Operação Escudo na região.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública paulista, os suspeitos trafegavam de moto quando passaram próximos de policiais que faziam um patrulhamento. Após ordem para que os homens parassem o veículo, os suspeitos teriam empreendido fuga, quando se deu início uma perseguição.

“Durante o acompanhamento, quando a equipe policial entrou na Av. Professor Rafael Vitiello, foi recebida com disparos de arma de fogo. O acompanhamento continuou, até os suspeitos desembarcarem em uma via e apontarem as armas em direção aos policiais, que intervieram”, disse a pasta, em nota.

Os dois homens morreram no local. Com eles foram encontrados um revólver e uma pistola. 

Tanto o armamento usado pelos policiais, quanto os dos suspeitos foram recolhidos pela Polícia Científica para serem periciados. 

No entanto, antes da realização de uma investigação sobre o incidente, a SSP informou que os agentes teriam agido em legítima defesa, o que caracterizaria uma das excludentes de ilicitude, previstas em lei. 

Isso significa que os agentes não serão responsabilizados pelas mortes. A nota da SSP não informa se os agentes utilizavam câmeras corporais em seus uniformes.

Operação Escudo na Baixada Santista

A operação foi retomada como uma resposta a morte do soldado da PM Marcelo Augusto da Silva, na sexta-feira 26, na rodovia dos Imigrantes, na altura de Cubatão.

A operação, que foi deflagrada em junho de 2023, tem sido utilizada como espécie de resposta padrão criada pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) contra ataques praticados aos agentes de segurança. Ela abrange cidades da Baixada Santista e do litoral sul do estado.

Em um mês de atividade, a operação deixou ao menos 28 pessoas mortas, se tornando a mais letal da policial paulista desde o massacre do Carandiru, em 1992.

Os policiais foram acusados de violência extrema contra moradores da região, que relatavam casos de ameaças e torturas cometidos pelos agentes.

Para realizar a operação, diversos batalhões do estado foram convocados para reforços. Os batalhões convocados não usavam as câmeras de segurança em seus uniformes.

Segundo uma reportagem do UOL, as vítimas da operação não passaram por perícia e os PMs envolvidos teriam alterado as circunstâncias das mortes.

A operação foi alvo de denúncia de diversos órgãos em prol dos direitos humanos, que revelaram ter havido tortura.

Em dezembro, um sargento e um soldado, envolvidos na operação, se tornaram os primeiros réus. A Justiça acusou a dupla de matar um morador da região que não oferecia riscos. 

Segundo os promotores, os agentes teriam forjado a cena do crime para justificar a morte. 

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