Sociedade

Corregedoria apura ameaças de PMs contra Padre Júlio Lancelotti

PMs teriam dito que ‘a hora dele vai chegar’; padre é reconhecido por defender os direitos humanos

Padre Júlio Lancellotti é conhecido por atuar em defesa da população em situação de rua. (Foto: Reprodução/Facebook)
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A Corregedoria da Polícia Militar recebeu uma denúncia sobre ameaças contra o coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, Padre Julio Lancelotti. Policiais teriam dito a três jovens em situação de rua que “A hora do Padre Júlio Lancelotti vai chegar”, em 27 de janeiro, na Praça Barão de Tietê, no Belenzinho, Zona Leste de São Paulo. As informações são do site G1.

Segundo o site, o padre afirmou que a ameaça foi feita durante uma ação da polícia para buscar suspeitos de roubo ou furto de celular de uma mulher. Os PMs teriam dito que três dos jovens em situação de rua teriam pego o telefone. Um deles foi levado à delegacia, mas não teria sido reconhecido. Ao serem liberados, os policiais teriam mandado “um recado”.

Os PMs teriam agredido os jovens e dito que eles eram “aqueles que o padre protege, aqueles vagabundos, estão sempre na igreja”. Em seguida, teriam pedido aos jovens que avisassem ao padre que “a hora dele vai chegar”. O padre é conhecido por seu trabalho em favor dos direitos humanos.

Em nota, a Defensoria Pública da União (DPU) expressou “grande preocupação” com a integridade pessoal e a liberdade de manifestação do padre Júlio Lancelotti. A DPU destacou a importância da atuação do padre na defesa dos direitos da população em situação de rua e afirmou que o órgão também luta pela causa.

“A Defensoria Pública da União espera que as ameaças sejam investigadas e debeladas, e que o padre Júlio Lancellotti, beneficiário de medida de proteção determinada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, possa prosseguir o trabalho que realiza há anos sem novas intercorrências”, diz a nota.

Nas redes sociais, figuras públicas demonstraram apoio ao padre. O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) manifestou solidariedade em sua conta no Twitter. Já o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou que encaminhou carta para as devidas autoridades competentes.

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) publicou um texto em que diz que o trabalho do padre em defesa da “numerosa” população em situação de rua “é importantíssimo”. O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos também fez uma publicação em apoio a Lancelotti. Também protestaram nas redes a cartunista Laerte, o youtuber Felipe Neto e a influenciadora Andreza Delgado.

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