Sociedade

Assassinatos no Brasil caem 3,4% no primeiro trimestre, aponta levantamento

Foram 19,7 mil homicídios no período, apesar de Monitor da Violência não levar em conta ações da polícia; Sudeste foi única região que registrou aumento

Foto: Sergio Lima/AFP
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O número de assassinatos no Brasil caiu 3,4% no primeiro semestre de 2023, na comparação com o mesmo período de 2022. No total, o Brasil registrou 19,7 mil homicídios nos primeiros seis meses do ano, contra 20,4 mil casos no mesmo período do ano passado. É o que mostra o índice nacional de homicídios do Monitor da Violência, do portal G1, divulgado nesta quinta-feira 17.

Os números confirmam a tendência de queda nos assassinatos no país. 

Os dados do monitor levam em consideração homicídios dolosos (ou seja, quando fica comprovada a intenção de matar), os latrocínios (roubos seguidos de morte, segundo a legislação penal) e as lesões corporais seguidas de morte. 

O levantamento divulgado hoje não inclui as mortes decorrentes de violência policial. Só no estado de São Paulo, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), houve 155 mortes em decorrência de intervenção policial no primeiro semestre deste ano.

O Monitor da Violência, que é elaborado com base em dados oficiais dos estados e conta com pesquisas do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), vem indicando queda nos assassinatos desde o primeiro semestre de 2020. 

Dos 22.968 homicídios registrados no primeiro semestre daquele ano, os casos caíram para 21.276 no mesmo período de 2021. As quedas levaram ao patamar abaixo dos 20 mil assassinatos em seis meses, conforme divulgado hoje. De acordo com a publicação, a queda no número de mortes intencionais acontece por conta de uma série de fatores. Entre eles, está a mudança na dinâmica do mercado de drogas no Brasil, a menor tensão nos conflitos entre facções criminosas e as políticas públicas de segurança.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, comentou os números do Monitor da Violência. Ele cumprimentou “os profissionais da Segurança Pública e as equipes governamentais pela queda nas mortes violentas intencionais no 1º semestre de 2023, em relação aos anos passados”, em publicação nas redes sociais.

Embora a redução nas mortes intencionais seja expressiva, o Brasil segue ainda como um país marcadamente violento. Os números divulgados hoje são significativos por estarem abaixo dos 20 mil assassinatos em seis meses, mas o patamar indica que, na média, quase 110 homicídios por dia foram registrados no país.

Sudeste é a única região do país que registrou aumento; Roraima teve a maior queda

De acordo com a publicação, dezesseis estados da Federação registraram queda nos homicídios. Roraima foi o estado que registrou a maior queda (22,5%). Por outro lado, dez estados tiveram altas nas mortes violentas, entre eles três das quatro unidades do Sudeste: Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O Amapá foi o estado com maior aumento (65,1%), enquanto o Distrito Federal se manteve estável.

O Sudeste, aliás, foi a única região do país que registrou aumento nos assassinatos, em comparação com o primeiro semestre do ano passado. No total, 5.099 homicídios aconteceram na região, o que representa um aumento de 4,3% em relação aos primeiros seis meses de 2022 (em números gerais, 212 mortes a mais).

A pesquisa destaca o aumento no Rio de Janeiro (17,3%), o maior da região. No Sudeste, somente São Paulo teve queda: 5,2%. Vale destacar, mais uma vez, que o levantamento divulgado hoje não leva em consideração as mortes causadas por ações policiais, e, portanto, ignoram as 155 mortes desse tipo registradas em São Paulo, como mencionado.

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