Justiça

Em meio a denúncias contra vinícolas, entidade atribui casos de trabalho escravo a ‘sistema assistencialista’

No último dia 22, uma operação resgatou mais de 200 trabalhadores mantidos em condições degradantes por uma terceirizada que prestava serviço às vinícolas Aurora, Salton e Cooperativa Garibaldi

Alojamento de trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão em Bento Gonçalves (RS) — Foto: MPT-RS
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Em meio a denúncias de trabalho escravo envolvendo uma empresa terceirizada que prestava serviços para vinícolas gapuchas, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços, de Bento Gonçalves, atribuiu o problema à falta de mão de obra especializada e a programas sociais, como o Bolsa Família.

“Situações como esta, infelizmente, estão também relacionadas a um problema que há muito tempo vem sendo enfatizado e trabalhado pelo CIC-BG e Poder Público local: a falta de mão de obra e a necessidade de investir em projetos e iniciativas que permitam minimizar este grande problema”, disse a associação, em nota. 

No último dia 22, uma operação coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, com apoio da PF e da PRF, resgatou mais de 200 trabalhadores baianos em alojamentos mantidos pela empresa Oliveira & Santana, que prestava serviço às vinícolas Aurora, Salton e Cooperativa Garibaldi. 

Segundo as denúncias, todos eram monitorados por câmeras, alimentados com comida estragada e submetidos a choques, espancamentos e spray de pimenta. 

Segundo os representantes da indústria local, as vinícolas não tinham nenhum consentimento do ocorrido. Apesar de ‘inaceitável’ e ‘digna de punição’, completam, a situação condiz a “carência de mão de obra às empresas” da Serra Gaúcha. 

“Há uma larga parcela da população com plenas condições produtivas e que, mesmo assim, encontra-se inativa, sobrevivendo através de um sistema assistencialista que nada tem de salutar para a sociedade”, complementa. 

Cerca de 196 trabalhadores foram resgatados e retornaram à Bahia. 

O governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou nesta terça 28, que uma apuração interna investiga se houve facilitação de policiais militares do Rio Grande do Sul na exploração dos trabalhadores. Leite informou ainda que se reunirá com o secretariado para discutir ações do governo em relação ao crime. 

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