Política

Apib indica lista tríplice para comandar o Ministério dos Povos Originários de Lula

Entre os indicados está a deputada federal eleita Sonia Guajajara

Lula posa com representantes indígenas na COP-27, realizada no Egito. Foto: Ahmad Gharabli/AFP
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A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, a Apib, oficializou na tarde desta segunda-feira 12 uma lista tríplice com indicações para a chefia do Ministério dos Povos Originários, a ser criado pelo novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os nomes recomendados pela entidade para comandar a nova pasta são os de  Sonia Guajajara, deputada federal eleita por São Paulo; Joenia Wapichana, deputada federal por Roraima que não conquistou a reeleição; e Weibe Tapeba, vereador de Caucaia (CE). Os três nomes representam lideranças indígenas no País.

Dos três, Sônia e Weibe teriam de abandonar, respectivamente, o cargo recém-conquistado e o mandato, a fim de chefiar a pasta. A deputada eleita ganhou destaque por integrar a chamada Bancada do Cocar nas eleições deste ano, ao lado de Celia Xakriabá e outras três indígenas eleitas.

No documento, encaminhado ao presidente eleito, a Apib afirma que as três indicações têm o objetivo de “assegurar a autodeterminação dos povos, o respeito às diversidades culturais e espirituais e a garantia de plenas condições de vida, saúde, educação e sustentabilidade dos povos indígenas e de todo povo brasileiro”.

A Articulação também destaca a importância do movimento indígena “nesse momento de reconstrução da democracia no Brasil, após o golpe de 2016 e os últimos quatro anos de políticas de morte”, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Assinam a carta outras oito organizações regionais dos povos originários. São elas: Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME), Articulação dos Povos Indígenas do Sudeste (ARPINSUDESTE), Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpin Sul), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Conselho do Povo Terena, Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), Grande Assembleia do povo Guarani (ATY GUASU) e Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga).

Quem são os indicados

Joenia Wapichana, 49 anos, foi eleita deputada federal por Roraima em 2018 e é a primeira mulher indígena a ocupar o cargo. É também a primeira advogada indígena a exercer a profissão no País em prol dos direitos dos povos originários.

Sonia Guajajara, 48 anos, foi eleita deputada federal em 2022 por São Paulo, na votação que mais elegeu representantes indígenas no Brasil. A parlamentar esteve presente na última COP-27 representando a Apib, ocasião em que cobrou publicamente de Lula a criação do Ministério dos Povos originários.

Weibe Tapeba, 33 anos, é advogado e cumpre seu segundo mandato de vereador em Caucaia (CE). Seu nome foi indicado em consenso pelas organizações indígenas do Nordeste.

Os desafios pela frente

Seja quem for o escolhido, a chefia do novo ministério promete não ser uma tarefa simples. Após quatro anos de governo Bolsonaro, quem encabeçar a pasta terá de lidar com os desmontes nos órgãos de proteção aos povos originários, como a Funai, a estagnação completa das demarcações de terras e os crescentes conflitos em territórios de disputa, além do possível retorno do Marco Temporal.

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