Política

Ministério da Saúde dispensa licitação para compra de vacinas

De acordo com textos publicados no Diário Oficial da União, autorização é para aquisição da russa Sputnik V e da indiana Covaxin

Foto: Júlio Nascimento PR Ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello. Foto: Júlio Nascimento PR
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O Ministério da Saúde publicou na sexta-feira 19, no Diário Oficial da União, a dispensa de licitação para a compra das vacinas contra a Covid-19 Sputnik V, da Rússia, e Covaxin, da Índia.

De acordo com os textos, as aquisições terão o custo de 693,6 milhões de reais para o imunizante russo e de 1,614 bilhão para o indiano.

As publicações chegam após governadores demonstrarem à pasta o desejo de comprar as vacinas diretamente dos laboratórios.

“Nossa responsabilidade é garantir mais vacinas para imunizar a população mais cedo. Nossa meta é alcançar 25% da população imunizada em abril. É isso que vai reduzir hospitalização e óbito. É isso que vai salvar vidas”, afirmou o governador do Piauí, Wellington Dias (PT). Até esta sexta-feira, o Brasil havia vacinado 5,7 milhões de pessoas, o que representa 2,7% da população total.

A dispensa de licitação foi autorizada pela Medida Provisória 1.026, que trouxe medidas excepcionais relativas à aquisição de vacinas, insumos, bens e serviços de logística destinados à vacinação contra o novo coronavírus.

No cronograma de vacinação do Ministério da Saúde, divulgado nesta semana, a pasta prevê que receberá 800 mil doses da vacina Sputnik V, do Instituto Gamaleya e que no Brasil é produzida pela União Química. Em abril, serão entregues mais duas milhões de doses. Em maio, devem chegar outras 7,6 milhões de unidades.

Os dados ignoram a decisão da Anvisa que não aprovou o uso do imunizante no Brasil. A Agência sofre pressão de parlamentares para agilizar a liberação.

No início do mês, o líder do governo do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (Progressistas-PR), afirmou que iria pressionar politicamente a diretoria da Anvisa para que se agilize a aprovação de vacinas contra o coronavírus.

No documento do Ministério, a previsão é de receber 20 milhões de doses da indiana Covaxin, do laboratório Barat Biotech, que no Brasil é representado pela Precisa Medicamentos.

Devem chegar ao Brasil 8 milhões de doses com dois lotes de 4 milhões com 20 e 30 dias após a assinatura do contrato. Em abril mais 8 milhões também em dois lotes de 4 milhões com 45 e 60 dias após a assinatura do contrato e em maio 4,0 milhões de doses com 70 dias após o contrato assinado.

A eficácia da Sputnik V é de 91,6%, segundo dados publicados na The Lancet. Já a vacina da Índia está em uso emergencial no seu país de origem, mas tem dados de eficácia ainda desconhecidos.

Leia os textos publicados no Diário Oficial:

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