Bolsonaro volta a minimizar crise de coronavírus: “Alarmismo da mídia”

Em reunião com prefeitos, presidente se queixou de cobertura da imprensa sobre proliferação do novo vírus

Presidente Jair Bolsonaro e ministro Luiz Henrique Mandetta se reuniram com prefeitos por videoconferência

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O presidente Jair Bolsonaro voltou a minimizar a gravidade da crise do novo coronavírus. Em reunião com prefeitos de capitais na manhã deste domingo 22, Bolsonaro se queixou do que chamou de “alarmismo” sobre a epidemia.

O Brasil já tem mais de 1,2 mil casos da doença e 18 óbitos, 15 deles no estado de São Paulo e três no Rio de Janeiro. O Ministério da Saúde prevê “colapso” no sistema de Saúde no mês de abril, e estima que o número de casos subirá com velocidade até junho.

“Há um alarmismo muito grande por grande parte da mídia. Alguns dizem que estou na contramão. Eu estou naquilo que acho que tem que ser feito. Posso estar errado, mas acho que deve ser tratado dessa maneira”, disse o presidente, segundo informação do jornal O Estado de S. Paulo.

Bolsonaro estava reunido com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Para o presidente, o Brasil não deve ter situação comparada à da Europa. No sábado 21, a Itália registrou recorde de 793 mortes em 24 horas.

“Não podemos nos comparar com a Itália. Lá, o número de habitantes por quilômetro quadrado é 200. Na França, 230. No Brasil, 24. O clima é diferente. A população lá é extremamente idosa. Esse clima não pode vir para cá porque causa certa agonia e causa um estado de preocupação enorme. Uma pessoa estressada perde imunidade”, declarou, segundo o veículo.


Bolsonaro tem dado sucessivas declarações em que subestima a crise. Em entrevista ao Programa do Ratinho, da emissora SBT, disse que o fechamento de igrejas para evitar aglomerações é uma “providência absurda”. Na sexta-feira 20, chamou o coronavírus de “gripezinha”. Em situações anteriores, disse que há “superdimensionamento” da crise, e que os impactos do vírus são “muito mais fantasia da grande mídia”.

O presidente chegou a convocar os protestos de 15 de março, como fez em visita a Roraima, quando disse “participe” a uma plateia. Na data, apertou a mão e tirou fotos com manifestantes, em desrespeito a recomendações do próprio Ministério da Saúde.

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