Política

Zema é vaiado e recebido com placas de ‘vacina sim’ em evento com Lula

O governador, ao lado de prefeitos bolsonaristas, tem politizado a questão vacinal na volta às aulas

O governador de Minas, Romeu Zema. Foto: Divulgação
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) foi vaiado e recebido com placas de ‘vacina sim’ ao participar, nesta quinta-feira 7,  de um evento de anúncio de investimentos do governo federal em Belo Horizonte. O presidente Lula (PT) estava presente na agenda.

A reação da plateia tem relação com o anúncio feito pelo governador de que o estado abriria mão de cobrar a vacina contra a Covid-19 no volta às aulas. O governador tem defendido que a medida se daria em prol da ‘liberdade’ das famílias e associado o ato ao fato de que as crianças e adolescentes não perderiam vaga nas escolas por não apresentarem o cartão de vacina atualizado.

Na quarta-feira 7, o governador disse, em entrevista à CNN, que as crianças devem estudar para, no futuro, decidirem se querem se vacinar ou não.

“Toda criança tem direito de frequentar a escola”, diz Zema. “(A criança) vai aprender ciência para que ela tenha condições no futuro, diferente do que já aconteceu no passado, queremos que ela venha a decidir se quer ou não ser vacinada”, defendeu ele.

Zema e outros prefeitos e governadores bolsonaristas, como Jorginho Mello (PL-SC) vêm, no entanto, politizando a questão das vacinas, uma vez que já é pactuado o entendimento de que crianças e adolescentes não perdem vagas nas redes de ensino pela falta do cartão de vacina atualizado.

A questão é defendida pelo Estatuto da Criança e Adolescente, além de ser diretriz do Ministério da Educação, e também constar nas próprias leis estaduais. As legislações dão, geralmente, um prazo de 30 dias para que as famílias atualizem o calendário de vacinas, sem prejuízo ao direito à educação.

Os decretos de prefeitos anulando a exigência dos cartões de vacina, bem como o apoio de governadores às medidas, têm gerado medidas jurídicas pelo entendimento de que as ações inflam um desincentivo à cobertura vacinal no País.

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