Política

“Weintraub deve ser deportado ao Brasil e preso”, exige Randolfe

A fuga em tempo recorde é confissão de culpa. Não pode ficar impune, acusa deputada Érika Kokay

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Assim que foi confirmada a exoneração de Abraham Weintraub na manhã deste sábado 20, políticos de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro foram às redes sociais questionar a viagem do agora ex-ministro da Educação para Miami, nos Estados Unidos.

“Não pedimos a prisão de Weintraub à toa. Sabemos sua índole. Se está nos EUA, está fugindo. A utilização do passaporte diplomático de ministro foi ilegal, além de imoral. Desvio de finalidade. Como fugitivo internacional que é, Weintraub deve ser deportado ao Brasil e ser preso”, escreveu o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Na sexta-feira 19, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) protocou no Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de apreensão  do passaporte do ex-ministro, que é investigado em um inquérito da Corte.

Para o senador,“[Abraham Weintraub] aparentemente se esqueceu de mencionar que ostenta a condição de investigado perante o Supremo Tribunal Federal, por potencial cometimento do crime de lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Poder Judiciário e ao Estado de Direito”, escreveu no pedido.

De acordo com a assessoria de imprensa do MEC, Weintraub viajou ainda na sexta-feira 19 para aos EUA.

Em mensagem publicada no Twitter, ele escreveu: “As coisas aconteceram muito rapidamente”.

Arthur Weintraub (assessor especial da Presidência) também usou as redes sociais para pedir orações pelo irmão.

“Obrigado a todos pelas orações e apoio. Meu irmão está nos EUA”, publicou.

“Já sabem, né? Foi às pressas para os EUA sem saber se a vaga no Banco Mundial era dele realmente. Muito estranha essa rapidez”, apontou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) no Twitter.

“O pior ministro da Educação da história já deixou o Brasil e está nos EUA, dizem irmão e assessoria do MEC. A fuga em tempo recorde é confissão de culpa. Não pode ficar impune”, opinou a deputada petista Erica Kokay.

Nesta semana, após anunciada a demissão, Weintraub chegou a declarar que queria deixar o Brasil “o mais rápido possível”.

“A prioridade total é que eu saia do Brasil o quanto antes”, afirmou Weintraub à CNN Brasil. “Agora é evitar que me prendam, cadeião e me matem”, disse ao veículo.

O governo brasileiro indicou Weintraub para o Banco Mundial. Em nota, afirmou que seu nome foi encaminhado para o diretor-executivo do grupo de países que o Brasil lidera a instituição.

No entanto, uma carta com centenas de assinaturas rechaça a indicação.  O texto tem a assinatura das entidades Conectas Direitos Humanos, Instituto Urbem, US Network for Democracy in Brazil, Rede Brasileira pela Integração dos Povos, 342Artes, 342Amazônia, Associação Brasileira de ONGs (Abong), Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), Ecoa, International Rivers, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Instituto Socioambiental (Isa), Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (Pacs), Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) e International Accountability Project.

O documento é direcionada a embaixadores dos países que estão encarregados de aprovar a nomeação de Weintraub ao grupo que o Brasil faz parte: Colômbia, Filipinas, Equador, República Dominicana, Haiti, Panamá, Suriname e Trinidad e Tobago.

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