Educação

UNE reivindica a Lula ‘revogação imediata’ da reforma do ensino médio

Estudantes leram carta de demandas ao presidente durante congresso realizado em Brasília

Congresso da UNE recebeu o presidente Lula (PT) em Brasília. Foto: Victor Ohana/CartaCapital
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Estudantes reivindicaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a revogação imediata da reforma do ensino médio, aprovada durante o governo de Michel Temer (MDB) e em vigor desde 2022.

A demanda foi apresentada pessoalmente, durante o Congresso da União Nacional dos Estudantes, em Brasília, nesta quinta-feira 13. O chamado Conune é promovido a cada dois anos, com o objetivo de realizar as eleições dos dirigentes da entidade.

“Sabemos que o modelo de escola atual não nos cabe mais, mas a reforma imposta por governos anteriores também não”, diz a carta, lida no palanque diante de Lula. “Queremos a revogação imediata da reforma do ensino médio, e junto a isso um projeto de uma nova escola, superando esse modelo de ensino médio que não atende mais às nossas perspectivas.”

A maioria da plateia, que contou com cerca de três mil jovens, bradou palavras de ordem em favor da revogação da reforma do ensino médio, com o grito “revoga”.

Os protestos seguiram durante o discurso do ministro da Educação, Camilo Santana, que chegou a receber vaias por parte de grupos minoritários.

Além da reforma do ensino médio, a carta entregue a Lula solicitou o fim da obrigatoriedade dos 40% de ensino a distância para cursos presenciais e a proibição de capital estrangeiro na educação brasileira.

“Não podemos mais ficar nas mãos dos grandes tubarões do ensino”, diz o documento.

Outras reivindicações trataram da ampliação da Lei de Cotas, com a implementação de cotas para pessoas transgêneras, e a instituição de um vestibular para indígenas.

Também requerem o fim da lista tríplice para a nomeação de reitores universitários. Na visão dos estudantes, o modelo favoreceu a intervenção antidemocrática do governo de Jair Bolsonaro nas instituições de ensino. No lugar disso, a UNE reivindicou o reconhecimento do resultado das eleições diretas, com paridade entre estudantes, docentes e técnicos-administrativos.

Integra a lista, ainda, o pedido de garantia de que o Programa Nacional de Assistência Estudantil se torne lei, com orçamento próprio.

O Congresso da UNE teve início na quarta-feira 12, com a presença dos ministros Flávio Dino, da Justiça, e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal. Na ocasião, enquanto Dino ostentou popularidade, Barroso recebeu vaias por grupos que o consideram opositor ao piso nacional da enfermagem.

Conforme mostrou CartaCapital, enquanto, no governo Bolsonaro, o cenário interno da UNE foi de maior união, a volta de Lula reativa conflitos internos entre as militâncias que compõem a entidade.

Nesta votaçaõ, a UNE realiza eleições para 17 cadeiras da diretoria-executiva e 85 funções subordinadas.

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