Justiça

TSE quer acessar perícia na ‘minuta do golpe’ para ação que pode tornar Bolsonaro inelegível

O pedido chegou nesta segunda-feira 20 ao ministro do STF Alexandre de Moraes

TSE quer acessar perícia na ‘minuta do golpe’ para ação que pode tornar Bolsonaro inelegível
TSE quer acessar perícia na ‘minuta do golpe’ para ação que pode tornar Bolsonaro inelegível
Anderson Torres e Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves, assinou nesta segunda-feira 20 um despacho em que pede ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, acesso ao resultado das perícias realizadas na minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Solicita, também, uma cópia dos depoimentos prestados pelo bolsonarista.

A nova decisão de Gonçalves ocorre no âmbito da ação que apura uma reunião do então presidente Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores em julho de 2022. O caso foi aberto a pedido do PDT, é o mais avançado na Justiça e pode tornar o ex-capitão inelegível.

O TSE busca detalhes sobre a minuta do golpe. A avaliação é de que o documento teria relação com as alegações infundadas de Bolsonaro sobre o sistema eleitoral durante o encontro com embaixadores.

No despacho desta segunda, Gonçalves também determinou o depoimento do deputado federal Filipe Barros (PL-PR) sobre o vazamento de informações de um inquérito que apurava um ataque hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral.

Anderson Torres depôs na última quinta-feira 16 ao TSE e classificou a minuta golpista como “texto folclórico”, “loucura” e “lixo”.

No início de março, ao defender a manutenção da prisão de Torres, a Procuradoria-Geral da República contestou as afirmações do ex-ministro sobre a minuta. Embora o bolsonarista tenha argumentado que o documento era “descartável” e sem “viabilidade jurídica”, a PGR destacou que “não se trata de documento que seria jogado fora, estando, ao revés, muito bem guardado em uma pasta do governo federal e junto a outros itens de especial singularidade, como fotos de família e imagem religiosa”.

A ação do PDT, oficializada em agosto do ano passado, defende a inelegibilidade de Bolsonaro pela prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A reunião com os embaixadores teve transmissão da TV Brasil.

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