Justiça
TSE inclui depoimento de Delgatti e provas do STF em ação contra Bolsonaro
O processo também mira o uso político da PRF contra eleitores de Lula no segundo turno da eleição de 2022


De saída do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Benedito Gonçalves decidiu “turbinar” uma das ações sobre suposto abuso político de Jair Bolsonaro e Walter Braga Netto, ambos do PL, com provas de inquéritos em andamento no Supremo Tribunal Federal.
O despacho, assinado em 9 de novembro, autoriza a inclusão de provas obtidas na investigação sobre as milícias digitais, conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes. O depoimento do hacker Walter Delgatti sobre a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça também foi adicionado aos autos do processo.
À CPMI do 8 de Janeiro, Delgatti disse que Bolsonaro teria prometido um indulto caso o hacker fosse preso por participar de uma ofensiva contra as urnas eletrônicas. Além disso, sustentou que o então presidente lhe pediu para criar um código-fonte falso para as urnas, a fim de tentar minar a credibilidade do sistema eleitoral.
A ação em tramitação no TSE mira o uso político da Polícia Rodoviária Federal contra eleitores de Lula no segundo turno da eleição de 2022, além dos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral.
Além de Bolsonaro e Braga Netto, parlamentares do PL são investigados nesta ação, a exemplo dos senadores Magno Malta (ES) e Flávio Bolsonaro (RJ) e dos deputados federais Nikolas Ferreira (MG), Gustavo Gayer (GO) e Bia Kicis (DF).
O processo ainda está na fase de coleta de provas e não há previsão de quando irá a julgamento no TSE. A inclusão das provas foi solicitada pela Federação PT/PV/PCdoB, da Coligação Brasil da Esperança.
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