TRE-SP realiza sorteio para testes nas urnas e emissão das zerésimas

Às vésperas das eleições, neste sábado 9, organizações responsáveis pela fiscalização do processo eleitoral se reuniram na sede do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo para selecionar as 33 urnas que passarão por testes de integridade e autenticidade na manhã do domingo eleitoral 2. 

Para o sorteio foram convidadas 58 entidades, entre estas, representantes dos órgãos públicos, como Tribunal Regional Federal da 3. Região, Tribunal de Contas da União, Forças Armadas, partidos políticos, empresariado (Fiesp, Sebrae), sociedade civil e observatórios em missão eleitoral. 

Em conversa com CartaCapital, Patrícia Vanzolini, presidente da OAB-SP, que participou da escolha das urnas, reforçou a transparência do processo eleitoral deste ano. 

Para a magistrada, os ataques ao sistema fizeram  com que as auditagens se ampliassem. “[Com isso], fica comprovado a confiabilidade do processo eleitoral brasileiro”, elogiou. 

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, este é o pleito com o maior número de urnas auditadas. Em São Paulo, por exemplo, o número de urnas que passarão pelos testes saíram de 5 para 33. Na federação, o número triplicou. 

Maíra Recchia, advogada e representante do Partidos dos Trabalhadores no evento, disse que a ida dos eleitores às urnas neste domingo representa uma força contrária as suspeições do equipamento: “É importante que a população mostre que não admite esse tipo de conduta. As eleições têm que ser limpas, seguras e especialmente tem que ser privilegiado a soberania do voto”, afirma. 

O discurso do juiz do TRE-SP, Roberto Maia Filho, teve o mesmo tom. Na abertura do evento, ele disse que gostaria de enfatizar que “a eleição não tem dono, a eleição é de todos”. 

Posteriormente, o desembargador ponderou os princípios da lisura das eleições e explicou que eles estavam fazendo aquele processo, por que dentre os três poderes é o único que não participa do pleito diretamente, o que garante a independência. 

Os testes de integridade e de autenticidade das urnas são necessários para garantir o funcionamento do equipamento e que o voto digitado seja o mesmo que será contabilizado ao final do processo no boletim de urna. 

Para o teste de autenticidade são direcionadas 10 urnas, onde será retirado o lacre e verificado os sistemas internos do equipamento. 

No teste de integridade são encaminhadas as 23 urnas restantes e a checagem a ser realizada é se o voto digitado é o mesmo que aparecerá no boletim de urna. Para isso, os fiscalizadores escrevem votos em cédulas de papel, vão para as urnas e verificam em seguida. Os votos desta auditoria não são contabilizados na eleição.

A novidade deste pleito é o projeto piloto com a biometria. Nela, um eleitor voluntário desbloqueia a urna com sua digital e um representante da entidade fiscalizadora realiza o procedimento padrão de voto teste. 

Ao todo 641 urnas passarão pelo teste de integridade e destas 56 farão o projeto piloto. 

Além disso, neste sábado, 1, também foi impresso o relatório da zerésima do Sistema de Gerenciamento da Totalização (SISTOT). O procedimento comprova que não há nenhum voto computado no banco de dados do sistema da Justiça Eleitoral. 

A cerimônia pública foi realizada pelo presidente do Tribunal, desembargador Paulo Galizia, na presença do vice-presidente e corregedor do TRE-SP, desembargador Silmar Fernandes, e do diretor-geral do Tribunal, Claucio Corrêa, além de juízes e procuradores eleitorais.

Galizia, ainda disse que a prioridade do Tribunal não é o fechamento das eleições presidenciais em primeiro ou segundo turno, mas sim “entregar ao eleitor a possibilidade de exercer o seu voto com tranquilidade”. 

“Nesse aspecto, nós temos trabalhado muito bem, todas as etapas vêm sendo cumpridas. Estamos nos esforçando como nunca para que esta eleição se realize em paz. Nós temos todas as condições para isso”, garantiu.