Política

‘Tenho certeza de que não estarei no palanque de Bolsonaro’, diz vice da Câmara, filiado ao PL

Nesta quarta 17, o partido deu ‘carta branca’ a Valdemar Costa Neto para sacramentar a filiação do ex-capitão

Marcelo Ramos e Jair Bolsonaro. Fotos: Câmara dos Deputados e Sergio Lima/AFP
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O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), disse nesta quarta-feira 17 que não estará no palanque do presidente Jair Bolsonaro, que deve se filiar ao PL nos próximos dias para concorrer à reeleição em 2022.

Nesta quarta, os presidentes dos diretórios regionais do PL se reuniram e deram “carta branca” ao presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto, para acertar com Bolsonaro os termos de sua filiação.

“Na política, o bem do partido e o nosso próprio bem deve estar submetido ao bem do País. Só isso pode dar razão ao exercício da política”, disse Ramos a CartaCapital, por mensagem de texto. “Mas não quero me precipitar. Vou aguardar voltar ao Brasil para tratar com o presidente Valdemar, que merece todo o meu respeito. Só tenho uma certeza: respeito qualquer decisão do partido, mas não estarei no palanque de Bolsonaro.”

O partido do Centrão divulgou uma nota após o encontro, na qual se diz “pronto e alinhado” para abrigar o ex-capitão.

Diz o texto: “O presidente nacional do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, tem carta branca para conduzir e decidir sobre a sucessão presidencial e a filiação do presidente Jair Bolsonaro”.

A cerimônia de filiação estava agendada para 22 de novembro, mas, nos últimos dias, divergências levaram ao cancelamento do evento. No centro das tensões, o controle do partido nos estados.

De um lado, Bolsonaro quer maior autonomia, especialmente no diretório paulista, que firmou acordo para apoiar o candidato do PSDB ao governo estadual, Rodrigo Garcia, nas eleições de 2022. Costa Neto, por sua vez, resistia em entregar a máquina no seu curral eleitoral à família presidencial e queria dar liberdade aos diretórios para formar alianças que atendam aos interesses regionais.

Em viagem a Dubai, Bolsonaro disse, após o adiamento, que as coligações estaduais teriam protagonismo nas negociações.

“A gente não vai aceitar, por exemplo, São Paulo apoiar alguém do PSDB”, afirmou. “Temos muitas coisas a acertar ainda. Por exemplo: o discurso meu e do Valdemar nas questões das pautas conservadoras, nas questões de interesse nacional, na política de relações exteriores. A questão de defesa, os ministros, o padrão de ministros a continuar. Casamento tem que ser perfeito.”

Na nota, o PL diz estar “pronto e alinhado para receber Bolsonaro, em todos os estados”.

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