Justiça

Suspeito de matar Marielle tinha ódio da esquerda, diz delegado

O policial militar reformado Ronnie Lessa foi preso nesta terça-feira 12 suspeito de matar a vereadora Marielle Franco

Suspeito de matar Marielle tinha ódio da esquerda, diz delegado
Suspeito de matar Marielle tinha ódio da esquerda, diz delegado
Fernando Frazão/Agência Brasil
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O policial militar reformado Ronnie Lessa, preso nesta terça-feira 12 suspeito de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes , tinha ódio de personalidades ligadas à esquerda. Essa foi a conclusão que a investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro chegou após analisar o perfil das buscas realizadas pelo ex-policial.

Em entrevista coletiva no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, sede do governo do Rio, o delegado Giniton Lages, responsável pela Delegacia de Homicídios da Capital, afirmou que a obsessão de Lessa não era apenas por Marielle. Outras personalidades ligadas à esquerda como Marcelo Freixo e sua família também foram alvos de pesquisa pelo ex-policial.” Nessa análise percebemos ódio, desejo de morte e obsessão por parte do suspeito com personalidades ligadas à esquerda do país”, afirmou Lages.

Além de pesquisar sobre a vida dessas personalidades, Lessa também fez uma longa investigação sobre armamentos, principalmente sobre a arma utilizada no crime. Além disso, ele procurou sobre a utilização e preços de silenciadores específicos para o armamento que matou Marielle e Anderson. O ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz também foi preso suspeito de participar do crime.

O motivo do assassinato da vereadora ainda não foi revelado. Segundo o delegado, motivo de ódio pode ser um deles, mas ainda não é algo definitivo. A operação investigará, também, se o crime foi cometido partindo dos próprios suspeitos ou se foi algo feito a mando de um terceiro. “O caso ainda está aberto. A segunda fase está em andamento. Temos 34 mandatos de busca e apreensão em curso”, disse Lages.

O crime completará 1 ano na próxima quinta-feira 14 e essa é a primeira vez que o caso tem algum indício de resposta. Lages conta que houve dificuldade por falta de estrutura da Polícia Civil do Rio e, também, por se tratar de um crime planejado e pensando por muito tempo. “Em momento algum eles desceram do veículo. Isso é muito emblemático. Estávamos diante de um crime que foge à regra”, completou.

Leia também: Freixo: 'o caso não está resolvido, quem mandou matar Marielle?'

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) afirmou, em seu Twitter, que as prisões dos executores são importantes, mas agora o principal é saber “quem mandou matar e qual a motivação”. Lages garantiu que essa questão será respondida na segunda fase da operação. O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC-RJ), que também participou da coletiva, afirmou que delação premiada será uma opção para essa segunda fase da investigação. “Tenho certeza que avançamos muito e vamos avançar mais ainda para restabelecer a ordem na cidade do Rio de Janeiro”, disse o governador.

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