A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, autorizou nesta sexta-feira 26 a intimação do senador Alexandre Luiz Giordano (MDB-SP) a fim de que ele explique uma acusação por suposto uso indevido de verba indenizatória pelo exercício da atividade parlamentar.
O caso chegou ao STF a partir de uma petição da Procuradoria-Geral da República. Segundo o relato, Giordano teria abastecido em dois postos de combustíveis “em valores exorbitantes”, além de “promover despesas de alto valor em restaurantes e churrascarias de luxo”.
Conforme a decisão de Cármen, Giordano terá 15 dias para prestar as informações. Na sequência, a PGR deverá se manifestar.
O Ministério Público Federal diz chamar a atenção a quantidade de combustível comprada pelo senador no mesmo dia: segundo a peça da PGR, foram 507,61 litros de gasolina e 188,67 litros de diesel em 19 de dezembro de 2022, “equivalente ao tanque de mais de 12 veículos de passeio”.
Há também uma menção a 2 de janeiro de 2023, com 324,35 litros de gasolina.
“Como elemento probatório, juntou-se notas fiscais emitidas pelo posto Auto Posto Mirante Ltda., nas datas de 19.12.2022 (valor total de R$ 3.940,78) e de 02.01.2023 (valor total de R$ 1.691,22)”, detalha o MPF.
“Diante desse quadro, como providência inicial, visando o melhor deslinde da apuração, mostra-se adequado franquear ao parlamentar noticiado a oportunidade para prestar esclarecimentos acerca do caso”, acrescenta o ofício, assinado pelo vice-procurador-geral da República Hindenburgo Chateaubriand Filho.
Giordano tomou posse no Senado em 31 de março de 2021, após a morte do titular Major Olímpio, em decorrência da Covid-19. O novo senador estava filiado ao PSL, após passar por PSDB e PV. Menos de cinco meses após assumir o mandato, ele ingressou no MDB.
A CartaCapital, o senador Alexandre Luiz Giordano afirmou após a PGR acionar o STF que “a nota é referente a 15 dias de abastecimento” e que “estão polemizando algo que não condiz com a verdade de um dia apenas”.
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