Justiça
STF forma maioria para manter afastamento de Ibaneis e ordem de prisão de Anderson Torres
As decisões foram assinadas pelo ministro Alexandre de Moraes após os atos de terrorismo do último domingo 8


O Supremo Tribunal Federal formou maioria, nesta quarta-feira 11, para manter a decisão do ministro Alexandre de Moraes que afastou por 90 dias o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), após os atos de terrorismo praticados por bolsonaristas no último domingo 8, em Brasília.
A Corte também tem maioria para confirmar a determinação de prisão preventiva do ex-secretário de Segurança do DF Anderson Torres e do ex-comandante da PM do DF Fábio Augusto Vieira.
No plenário virtual, os ministros publicam seus votos no sistema online do Supremo, sem necessidade de reunião presencial. Além de Moraes, votaram a favor das medidas os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber.
André Mendonça divergiu de Moraes sobre o afastamento de Ibaneis, mas votou para confirmar as prisões de Torres e Vieira.
Ao determinar o afastamento de Ibaneis, Moraes argumentou que “a escalada violenta” dos atos “somente poderia ocorrer com a anuência, e até participação efetiva, das autoridades competentes pela segurança pública e inteligência, uma vez que a organização das supostas manifestações era fato notório e sabido, que foi divulgado pela mídia brasileira”.
Em relação a Anderson Torres, o magistrado mencionou “descaso e conivência com qualquer planejamento que garantisse a segurança e a ordem no Distrito Federal”.
“Absolutamente nada justifica a omissão e conivência do Secretário de Segurança Pública e do Comandante Geral da Polícia Militar”, diz o despacho do ministro do STF. “Os comportamentos de Anderson Torres e Fábio Vieira são gravíssimos e podem colocar em risco, inclusive, a vida do Presidente da República, dos Deputados Federais e Senadores e dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.”
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

OEA convoca reunião extraordinária para tratar dos atos terroristas em Brasília
Por Camila da Silva
A posição dos aliados de Lula sobre José Múcio após os atos terroristas
Por Alisson Matos
Espírita não apoia terrorismo, violência e nem discurso de ódio
Por Franklin Félix