O Supremo Tribunal Federal encaminhou à Procuradoria-Geral da República, na sexta-feira 17, uma notícia-crime sobre a fala da ministra Damares Alves, da pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos na reunião ministerial do dia 22 de abril.
O procedimento é praxe da Corte, que recebeu a denúncia por meio do advogado Ricardo Schmidt. Agora, a PGR vai avaliar se a fala da ministra fere a Lei de Segurança Nacional ao usar de “grave ameaça” para atacar governadores e prefeitos que se contraponham às políticas do governo Bolsonaro na pandemia de coronavírus.
“A pandemia vai passar, mas governadores e prefeitos responderão processos e nós vamos pedir, inclusive, a prisão de governadores e prefeitos”, disse.
Posteriormente, em uma publicação nas redes sociais, a ministra se justificou dizendo que os pedidos de punição teriam sido feito a “gestores violadores de direitos ou que desviam verba pública (corruptos)”. Damares não apresentou quem seriam seus supostos alvos.
“Se em nome de quarentena alguém agredir idoso, mulher ou qualquer outro na rua, vou pedir justiça, sim. E se houve crime, que seja preso.”, escreveu ela na publicação.
A fala de Damares se mistura a outros relatos importantes que a gravação da reunião trouxe no âmbito das investigações contra suposta interferência política de Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
Falas como a de Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente que afirmou querer “passar a boiada” enquanto a maioria se preocupa com o coronavírus, e do ex-ministro Abraham Weintraub, que afirmou querer prender ministros do STF, se somam à ocasião. O vírus pouco foi mencionado pelos integrantes do governo.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login