Justiça
STF arquiva inquéritos contra Kassab sobre repasses da Odebrecht
Prevaleceu o entendimento de que os relatos de delatores – ponto de partida das investigações – não foram confirmados por elementos de prova
O Supremo Tribunal Federal arquivou dois inquéritos em que Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo e atual secretário de Governo do estado, era investigado por supostas práticas de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Um dos inquéritos mirava fatos relacionados a uma suposta solicitação de vantagens indevidas por Kassab para garantir a realização da obra do Túnel Roberto Marinho pela Odebrecht, em 2008. A outra apuração tratava de supostos repasses indevidos no âmbito de um conjunto de obras viárias.
Prevaleceu na Corte o voto do relator, Dias Toffoli, no sentido de acolher um recurso da defesa de Kassab contra uma decisão do antigo relator, Luiz Fux, que remetia os autos à Justiça Federal de São Paulo.
Segundo Toffoli, os relatos de delatores – ponto de partida das investigações – não foram confirmados por elementos de prova. Na avaliação do ministro, antes de determinar o envio dos autos a outro juízo, cabe ao STF evitar o constrangimento ilegal de manter uma investigação sem perspectiva de desfecho.
Acompanharam o relator os ministros Gilmar Mendes, André Mendonça, Edson Fachin, Kassio Nunes Marques e Luiz Fux.
Já os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber (aposentada) e Cármen Lúcia ficaram vencidos. No entendimento deles, os autos deveriam ser remetidos à Justiça Eleitoral de São Paulo para avaliação do caso, uma vez que os supostos pagamentos a Kassab teriam finalidade eleitoral.
De acordo com os colaboradores, os supostos pagamentos passaram de 20 milhões de reais: em 2008, para a campanha de Kassab à reeleição para a Prefeitura de São Paulo, e em 2013, para criação do PSD.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Reprovação ao STF caiu 10 pontos desde dezembro, aponta Datafolha
Por CartaCapital
STF absolve homem por porte ilegal de arma que não disparava
Por CartaCapital
Moraes valida 21 acordos da PGR com acusados de envolvimento no 8 de Janeiro
Por CartaCapital



