Justiça

STF aceita recurso e decide não tornar Lira réu por corrupção

O processo foi liberado por Dias Toffoli na semana passada e envolve a apreensão de 106 mil reais em espécie com um ex-assessor do deputado

O presidente da Câmara, Arthur Lira. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu nesta terça-feira 6 aceitar um recurso da defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), contra uma denúncia da Procuradoria-Geral da República. Com isso, o parlamentar não se tornou réu por corrupção passiva.

Votaram a favor do recurso de Lira os cinco ministros do colegiado:

  • Alexandre de Moraes
  • André Mendonça
  • Dias Toffoli
  • Luiz Fux
  • Luís Roberto Barroso

O processo foi liberado para julgamento pelo ministro Dias Toffoli na semana passada e envolve a apreensão de 106 mil reais em espécie com um ex-assessor de Lira.

Em 2019, a Primeira Turma havia aceitado parcialmente a denúncia. Em 2020, o colegiado formou maioria para rejeitar a apelação, mas Toffoli pediu mais tempo para analisar os autos.

André Mendonça, substituto de Marco Aurélio, reformou o voto do antigo relator e mudou o desfecho do julgamento.

Em abril deste ano, a PGR recuou e enviou uma manifestação ao Tribunal na qual pediu o arquivamento de sua própria denúncia. A nova peça é assinada pela vice-PGR Lindôra Araújo, que argumenta não haver elementos que justifiquem a acusação.

Inicialmente, a PGR havia denunciado Lira por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações, o dinheiro apreendido em 2012 no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, pertencia ao deputado alagoano e era fruto de propina.

Segundo o MP, o assessor Jaymerson Gomes de Amorim, ao ser flagrado, “titubeou e não apresentou justa causa para a expressiva quantidade de dinheiro” que carregava. A avaliação do órgão é de que o dinheiro transportado por Amorim consistia em um pagamento feito a Lira por Francisco Colombo, então presidente da estatal Companhia Brasileira de Trens Urbanos, para se manter no cargo. Colombo morreu em 2014.

A acusação levou em conta, também, depoimentos na delação premiada do doleiro Alberto Youssef, um dos pivôs da Lava Jato.

A defesa de Lira sustentava, por sua vez, que a peça original da PGR “tem por base apenas a palavra de um delator, que apresenta inconsistências e fragilidades demonstradas ao tribunal”.

O deputado se manifestou pelas redes sociais sobre o julgamento: “Recebi com serenidade a decisão da 1 Turma do Supremo Tribunal Federal de arquivar uma investigação contra mim. Tenho a consciência tranquila de que nos 24 anos de atividade política jamais cometi qualquer tipo de transgressão. Fez-se Justiça!”.

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