Política
Sindicato processa Eduardo Bolsonaro por comparar professores a traficantes e pede mais de R$ 60 milhões
Entidade do Paraná reivindica indenização de 20 mil reais a cada filiado
A Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná ingressou com uma ação na Justiça Federal contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por causa de uma comparação feita pelo parlamentar entre professores e traficantes de drogas.
Em uma declaração de julho deste ano, durante um ato de um movimento armamentista, Eduardo disse que não vê diferença entre um “professor doutrinador” e um traficante de drogas “que tenta sequestrar e levar os nossos filhos para o mundo do crime”.
A APUFPR afirmou, em nota, que a afirmação do deputado “serviu para estimular o ódio de pessoas costumeiramente convencidas a usar armas como forma de solução de conflitos (ou divergências) e contra ‘ameaças’ invisíveis (basicamente, pessoas que discordam de sua visão de mundo)”.
A entidade sustenta que as ofensas “veiculam estereótipos que reforçam abusivamente a discriminação e o preconceito contra as professoras e professores e ferem a honra de toda a categoria docente”.
A organização reivindica uma indenização de 20 mil reais a cada um dos 3,1 mil filiados, o que totalizaria cerca de 62 milhões de reais. Além disso, a Associação requer uma retratação pública do deputado.
A reportagem procurou a assessoria do deputado, mas não obteve retorno.
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