Política

Sindicato de delegados processa Eduardo Bolsonaro por chamar PF de ‘cachorrinhos do Moraes’

Ao defender o pai, deputado acusou a corporação de perseguição política pelo ministro do STF

Sindicato de delegados processa Eduardo Bolsonaro por chamar PF de ‘cachorrinhos do Moraes’
Sindicato de delegados processa Eduardo Bolsonaro por chamar PF de ‘cachorrinhos do Moraes’
O deputado federal Eduardo Bolsonaro. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
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O Sindicato dos Delegados de Polícia Federal do Paraná acionou a Justiça, nesta segunda-feira, 15, contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) por ofensas contra a corporação.

O parlamentar se referiu à Polícia Federal como “cachorrinhos do Moraes”, uma alusão ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A declaração foi feita durante uma entrevista ao site Diário da Região, que foi ao ar em março.

O deputado defendia o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de tramar contra a democracia brasileira.

“Depende de qual Polícia Federal: a normal ou a do Moraes? Com certeza, a Polícia Federal que cumpre ordens de Alexandre de Moraes, que faz parte desta investigação toda (…) Porque ele [Moraes] está julgando o cartão de vacina do presidente se nem é mais presidente? Por que esses inquéritos todos caem na mão dele?”, questionou.

A declaração foi proferida no mesmo dia em que Bolsonaro foi indiciado no inquérito que apura a falsificação de cartões vacinais do ex-presidente, familiares e aliados. Eduardo nega que o pai tenha cometido qualquer irregularidade.

“Para que falsificaria? Não tem porquê. Eu entrei em vários países sem cartão de vacina, porque uma das exceções era missão oficial. Se o presidente tem passaporte diplomático, está em missão oficial, isso é o suficiente para entrar em qualquer país sem vacina.”

Segundo a investigação da PF, Bolsonaro teria pedido ao tenente-coronel Mauro Cid que falsificasse o documento de imunização dele e de sua filha menor de idade, Laura.

De acordo com o sindicato, as declarações de Eduardo Bolsonaro causaram um constrangimento legítimo à corporação. O sindicato também argumenta que essas declarações não são protegidas pela imunidade parlamentar. Após o recebimento da ação, a juíza Gláucia Barbosa Rizzo da Silva solicitou que o sindicato comprove sua legitimidade para iniciar uma ação no juizado especial civil.

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