Economia
Setores estratégicos devem ter a mão forte do Estado, diz ministro de Minas e Energia
Alexandre Silveira estuda uma política de recompra de refinarias para baixar preços dos combustíveis


O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), mencionou a necessidade de “mão forte do Estado” em setores estratégicos da economia, ao defender a recompra de refinarias ou a gerência compartilhada com a iniciativa privada, mas sob o controle da Petrobras.
As declarações foram concedidas durante uma conversa com jornalistas, nesta sexta-feira 29.
O ministro afirmou que essa política dará mais estabilidade aos investidores. Além disso, acusou o governo de Jair Bolsonaro (PL) de ter sido “entreguista”.
“A economia comandada pelo ministro Paulo Guedes tinha um objetivo claro de entregar os setores estratégicos na mão da iniciativa privada”, afirmou.
“Eu acho que alguns setores de que o governo cuida são mais eficientes na mão da iniciativa privada. Mas eu concordo, em número, gênero e grau, com a leitura do presidente Lula de que os setores estratégicos do País têm que ter a mão forte do Estado, para que nós possamos garantir ao povo brasileiro dignidade.”
Segundo o ministro, a recompra das refinarias vendidas é “uma ideia possível”.
Silveira indicou que o objetivo dessa política é reduzir os preços de combustíveis e garantir suprimentos de energia elétrica. Ele citou o aumento dos preços dos combustíveis na Bahia, onde a refinaria Landulpho Alves foi vendida, pelo governo Bolsonaro, ao grupo Mubadala Capital.
Além da Landulpho Alves, Bolsonaro vendeu quatro refinarias:
- a Unidade de Industrialização do Xisto, no Paraná;
- a Lubrificantes e Derivados do Nordeste, no Ceará;
- a refinaria Clara Camarão, no Rio Grande do Norte; e
- a refinaria Isaac Sabbá, no Amazonas.
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