Sem militares, centrão e oposição ameaçam barrar votação da Previdência

'Queremos saber do conteúdo e das leis complementares que o governo disse que encaminharia, mas não encaminhou', diz Nelson Pelegrino (PT)

Bolsonaro entrega texto da Reforma da Previdência a Rodrigo Maia (Foto: Agência Câmara Notícias)

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O projeto do governo para a Reforma da Previdência foi recebido friamente pelo Congresso. A ausência das Forças Armadas no texto enviado à Casa pegou mal entre a oposição e até entre o chamado ‘centrão’, que reúne partidos como o PP, PRB e Podemos.

Nesta quinta-feira 21, o deputado Nelson Pelegrino (PT-BA) encaminhou um requerimento pedindo que a votação fique parada por 30 dias até que a Câmara receba a proposta para os militares. “Se quer discutir a Previdência, temos que discutir como um todo. Queremos saber do conteúdo e das leis complementares que o governo disse que encaminharia, mas não encaminhou”, diz.

Embora o andamento da reforma dos militares tenha que se dar via Lei Complementar, o texto poderia ter sido enviado ao Congresso junto com a PEC da Previdência.

Líderes do chamado Centrão também manifestam publicamente seu desagrado público. O vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (PRB), escreveu que a ausência das Forças Armadas “é um sinal ruim para a sociedade e pode dificultar o andamento da proposta entre os deputados.”

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira, também defende que a PEC seja barrada. “A respeito da chegada da PEC da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, tenho a convicção de que, sem uma reforma que alcance também os militares, o texto apresentado não deveria sequer tramitar”, disse no Twitter.


São necessários 302 votos para aprovar a PEC. Mesmo que o PSL tenha a maior bancada da Câmara (54 deputados, mesmo número do PT) a aprovação não sai sem o apoio do centrão. Segundo o colunista Bernardo Mello Franco, do jornal O Globo, líderes já estariam negociando valores de emendas parlamentares: 7 milhões aos novatos e 10 milhões aos veteranos.

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